Lenda do ciclismo continua a jurar inocência ao fim de quase 60 anos do episódio
Foto: AFP
A poucas semanas de celebrar o
80.º aniversário, Eddy Merckx continua a jurar inocência no episódio que mais
manchou a sua gloriosa carreira. Por muitos considerado o melhor ciclista de
todos os tempos, o belga recordou quando foi afastado do Giro de Itália de 1969
por testar positivo ao doping, numa altura em que liderava confortavelmente a
prova e em que era o grande favorito à vitória. Ao fim de quase 60 anos do
sucedido, garante que foi vítima de uma armadilha.
"Ofereceram-me muito
dinheiro para perder o Giro. O Felice Gimondi sabia de tudo. Se tivesse
aceitado, talvez não tivesse testado positivo ao doping... Fui vítima de uma
armadilha. A etapa ia ser plana, eu era líder, sabia que iam fazer algo para me
parar. A prova estava quase ganha, não tinha sentido dopar-me", afirma o
vencedor de cinco Giros, em entrevista ao 'Corriere della Sera', que na altura
testou positivo à fencamfamina.
Esta episódio ficará sempre
como um dos mais controversos da história do ciclismo. As suspeitas de
sabotagem foram sempre levantadas por Merckx e até pelos próprios rivais, com
muitos corredores a mostrarem-se solidários com a situação. Inclusivamente, Gimondi
viria a conquistar o famigerado Giro de 1969 e recusou-se a vestir a camisola
rosa.
Na mesma entrevista, o campeão
em cinco Voltas à França e uma Volta à Espanha relatou também os danos que o
ciclismo que causou no corpo.
"Sofri na bicicleta
durante toda a minha vida. No velódromo de Blois, em 1969, sofri uma queda e
nunca mais voltei a subir tão bem. Deslocou-me a bacia e foi o princípio do
fim. E na Volta à França de 1975, quando um espetador agrediu-me, devia ter abandonado.
Fraturou-me a mandíbula e encharquei-me de analgésicos. Estava a comer pão à
frente do meu filho e senti uma dor horrível. Senti que a minha carreira acabou
aí", conta.
Fonte: Record on-line
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