Ciclista holandês cruzou a meta sozinho depois um ataque de mais de 40 quilómetros
Por: Lusa
Foto: Reuters
Mathieu van der Poel
(Alpecin-Deceuninck) ampliou esta sexta-feira o seu já invejável palmarés em
clássicas, com o ciclista holandês a vencer a E3 com um ataque solitário de
mais de 40 quilómetros, um recorde na prova belga.
O campeão mundial de fundo, a
cumprir apenas o seu segundo dia de competição na estrada em 2024, foi aquele
que mais mexeu na corrida, com uma mão cheia de ataques até, finalmente, se
isolar, no Paterberg, a mais de 43 quilómetros da meta, e viu a sua audácia
recompensada com uma vitória, concretizada em 4:39.49 horas.
Wout van Aert (Visma-Lease a
Bike), que tinha caído no momento do ataque do seu 'eterno inimigo', mas não desistiu de
persegui-lo, maioritariamente a solo, foi terceiro, a 1.36 minutos do vencedor
e dois segundos atrás do compatriota Jasper Stuyven (Lidl-Trek), depois de ter
optado por nem lutar pelo título de vice, abdicando do sprint por essa posição.
A prova que marca o início da
sucessão das clássicas flamengas, uma das semanas mais esperadas pelos fãs do
ciclismo, não defraudou, com os grandes nomes a darem espetáculo no último
terço dos 207,6 quilómetros com início e final em Harelbeke.
Já depois de Ivo Oliveira (UAE
Emirates) integrar a fuga do dia, formada por volta do quilómetro 80, após a
união de dois grupos, as estrelas do pelotão decidiram assumir o protagonismo:
a 80 quilómetros da meta, Van der Poel iniciou a sua série de ataques, demonstrando
logo que os seus adversários, nomeadamente o arquirrival Van Aert, estavam uns
furos abaixo.
As várias acelerações do
campeão mundial não só anularam em poucos quilómetros os quase cinco minutos de
vantagem que os fugitivos tinham, como incentivaram outros, como o 'apagado' Julian Alaphilippe (Soudal
Quick-Step), a tentarem.
O campeão português de fundo
acabaria por descair da fuga para ajudar o companheiro Nils Politt, que,
entretanto, atacou no grupo perseguidor, tal como Stefan Küng (Groupama-FDJ) e
Matteo Jorgenson, que se converteu num ciclista vencedor desde que chegou à
Visma-Lease a Bike, a chegar ao grupo da frente.
Depois de ter cumprida a sua
missão, Oliveira, que foi 79.º no final, seria alcançado pelo grupo de
favoritos, de onde 'MVDP' saiu
como uma flecha no Paterberg, precisamente no momento em que Van Aert se erguia
no 'pavé', na sequência de uma queda provocada por um erro de amador - entrou
mal na explosiva subida, após um inexplicável momento de desconcentração, e,
quando tentava chegar-se à frente, foi ao chão.
A pouco mais 43 quilómetros da
meta, Van der Poel já estava isolado na frente, ganhando rapidamente 30
segundos de vantagem para os perseguidores. Inconformado com a falta de
colaboração dos restantes, 'WVA'
resolveu partir sozinho no encalço do seu 'eterno
inimigo', dando novamente mostras da sua resiliência após a
queda, já tinha anulado rapidamente 30 segundos de desvantagem para o grupo que
seguia o neerlandês.
Em mais um episódio de um dos
mais emblemáticos e bonitos duelos do ciclismo atual, o belga da Visma-Lease a
Bike ainda conseguiu reduzir a diferença para o campeão mundial, mas acabaria
por pagar caro o seu esforço: seria terceiro na meta, depois de nem se fazer ao
sprint, a mais de um minuto e meio daquele que é o seu maior rival desde
júnior, primeiro no ciclocrosse e, depois, na estrada.
'MVDP' tem
agora no seu currículo uma nova clássica, que junta aos 'Monumentos' Paris-Roubaix (2023), Milão
San-Remo (2023) e Volta a Flandres (2020 e 2022), além de outras 'grandes' como
a Amstel Gold Race (2019) ou a Strade Bianche (2021), e também o recorde de
ataque solitário mais longo para vencer a E3 (o anterior pertencia ao suíço
Fabian Cancellara, que percorreu 35 quilómetros a solo até ao final, em 2013).
Na clássica belga participou
também o jovem António Morgado (UAE Emirates), que foi 75.º, a 6.04 minutos do
vencedor, chegando num grupo cinco segundos à frente do seu companheiro e
compatriota Ivo Oliveira.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário