Ciclista português está de olhos postos na prova que decorre entre 13 e 20 de agosto
Por: Lusa
Foto: Instagram António
Morgado
A Volta a França do Futuro é o
objetivo que move António Morgado esta temporada, com o ciclista português a
garantir que a adaptação à UAE Emirates e ao World Tour está a correr como "o esperado".
"Está
a ser bastante positivo. É outro nível, é mais complicado agora, mas eu gosto
das coisas complicadas. Está a ser o esperado",
resumiu à Lusa o vice-campeão mundial de fundo de sub-23.
Explosivo na estrada, onde as
suas acelerações e ataques impressionam, fora dela o jovem de 20 anos é
reservado, sendo difícil arrancar-lhe frases longas. A conta-gotas, no entanto,
António Morgado vai revelando que encontrou na UAE Emirates, a melhor equipa do
ranking mundial em 2023, diferenças em termos de logística e de organização.
"Estou-me
a habituar ainda, mas sim, é bastante positivo. Já no ano passado estava numa
excelente equipa, com excelente pessoal, mas agora é completamente diferente.
Acho que temos muito melhores condições. É normal para uma equipa deste
calibre", avaliou.
Após uma época na fábrica de
talentos Hagens Berman Axeon, o também vice-campeão mundial júnior de fundo em
2022 deu de imediato o salto para o WorldTour e assume que estar "na
melhor equipa do mundo" representa outra responsabilidade acrescida, algo
com que lida bem: "É um trabalho como os
outros todos. Todos têm pressão nos trabalhos que têm, e este é o nosso
trabalho".
Na equipa dos Emirados Árabes
Unidos encontrou a referência (e companheiro de treinos) João Almeida, mas
também a estrela-maior do pelotão mundial, o esloveno Tadej Pogacar, e confessa
que "é sempre incrível ver os ídolos na
vida real".
"Mas
é pessoal cinco estrelas, porreiro, pessoal normal",
descreve, embora admitindo que no primeiro impacto sentiu alguma vergonha, mas
também respeito.
A ajudá-lo na adaptação estão
outros seis portugueses, nomeadamente Almeida e os gémeos Rui e Ivo Oliveira,
que cuidam "bem" do novato.
"Sempre
me acolheram muito bem. E acho que sim, acho que é uma mais-valia ter sete
portugueses na minha equipa. Os irmãos Oliveira ensinam-me muito, muita coisa
que eu não sei. [...] Com o João, treino quase todos os dias até. Três, quatro
vezes por semana, talvez. Mas os irmãos Oliveira têm muita experiência em
termos de colocação, pelotão, e do tipo das corridas que vou fazer este
ano", enumerou.
Apesar de haver quem prediga
que vai superar o ídolo Almeida, o miúdo de Salir do Porto acha que é "quase impossível" fazer melhor do que o vizinho das Caldas da
Rainha.
"Acho
que o João é mesmo um de fora de série. Dou-me muito bem com ele e acho que ele
é um dos maiores portugueses de sempre no ciclismo", defendeu, admitindo
que já ficaria contente se pudesse chegar perto dos feitos do terceiro
classificado do Giro'2023: "O que ele já fez chegava bem para qualquer
pessoa, não é? Mas acho que somos atletas um pouco diferentes".
Se há algo que ambos parecem
ter em comum é a ambição, com Morgado a revelar à Lusa que tem como "principal objetivo o Tour de L'Avenir",
que decorre entre 13 e 20 de agosto.
"Quero
mostrar que também posso ser competitivo em corridas por etapas, e duras, com
grandes montanhas. Portanto, vai ser o meu principal foco este ano. E, depois,
ver o que dá, no fundo. Se não acontecer nada de imprevisto, 90% do meu
calendário vai ser clássicas", detalhou.
O corredor da UAE Emirates
sempre gostou mais de corridas por etapas, mas acredita que todos os ciclistas
têm de apreender onde são os melhores, mostrando-se "entusiasmado
pelas novas aventuras", nomeadamente correr no 'pavé'.
"Eu
sinto que a equipa confia em mim, e é logo uma mais-valia. Acho que temos um
plano para o futuro", afiançou.
Para já, e depois de se ter
exibido no sábado na Clássica da Figueira, em que foi 15.º classificado, vai
alinhar na 50.ª Volta ao Algarve, "uma
corrida igual às outras", mas em que será "engraçado" ter a família e amigos a vê-lo correr.
"Mas
o plano de equipa é o mesmo. E vamos fazer o que conseguimos. [...] O mais
importante é a equipa. Se um atleta de equipa ganhar ou fizer pódio, para nós
já a equipa sobressaiu, que era o objetivo. Eu vou lutar para os interesses da
equipa", garantiu, descartando ter metas individuais
para a prova que arranca hoje, em Portimão, e termina no domingo, no alto do
Malhão.
Fonte: Record on-line
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