Ciclista espanhol participa na Volta ao Algarve que arranca esta quarta-feira
Por: Lusa
Foto: Instagram Mikel Landa
Mikel Landa está agora a
estrear-se em Portugal, mas o landismo há muito vive nos adeptos portugueses,
que este ano poderão ver o ciclista espanhol exercer como mentor de Remco
Evenepoel, uma experiência que o faz sentir "valorizado".
No sábado, durante a
apresentação das equipas na Clássica da Figueira, os aplausos e gritos
dedicados ao espanhol de 34 anos só encontraram paralelo naqueles que mereceu o
prodígio belga, seu novo companheiro na Soudal Quick-Step e uma das maiores
figuras do ciclismo mundial.
O
fenómeno Mikel Landa não se explica, testemunha-se
"Não
fazia ideia [que tinha tantos fãs em Portugal], ainda por cima é a primeira vez
que venho cá correr. Por isso, estou contente",
resumiu, em declarações à agência Lusa, antes de soltar um 'a sério?' quando
confrontado com o facto de o landismo estar bem vivo em Portugal, nomeadamente
nas páginas dos fanáticos velocipédicos nas redes sociais.
Para quem não sabe, o landismo
é uma espécie de religião, uma corrente entre os adeptos da modalidade que
acreditam que Mikel Landa é um 'deus'
no ciclismo, um espírito livre e indomável, sem medo de atacar, ainda que o
faça sem respeitar ordens dos seus diretores desportivos ou a hierarquia das
equipas por onde passou - são memoráveis algumas imagens suas a retirar o
auricular para não ouvir as indicações dos chefes, quase sempre a pedirem-lhe
para parar e esperar pelo líder.
O basco da Soudal Quick-Step,
que já passou, não sem polémica, por Bahrain-Victorious, Movistar, Sky, Astana
e Euskaltel-Euskadi, é (re)conhecido por nunca desistir, ser inconformado e
tentar sempre chegar à vitória, embora o melhor que tenha conseguido até hoje
sejam os terceiros lugares no Giro (2015 e 2022), onde conquistou a camisola da
montanha (2017) e três etapas, e os quartos lugares no Tour (2017 e 2020), além
do quinto na Vuelta'2023, prova onde também triunfou numa tirada (2015).
Ciclista de culto, apesar do
seu curto currículo - a sua última vitória remonta à Volta a Burgos de 2021 -,
Landa enfrenta agora, nas suas palavras, uma nova fase na sua carreira, na qual
espera ser mentor de Evenepoel, o vencedor da Vuelta'2022 e um dos maiores
talentos da atualidade.
"É
um desafio diferente no meu percurso. Tenho mais tranquilidade, quero
contribuir com tudo o que puder passar toda a minha experiência ao Remco.
Depois, quando tiver a oportunidade de fazer uma corrida para mim, penso
aproveitá-la", admitiu.
Os dois têm-se desdobrado em
declarações elogiosas, com a própria equipa a explorar o filão colocando-os a
correr juntos quer na Figueira da Foz, quer agora na 50.ª Volta ao Algarve, e
documentando cada momento da nova parceria em fotos.
"A
nossa relação está a ser boa. Encontrei aqui gente que escuta, agradável. Há
muita comunicação. Sinto-me valorizado",
confessou o experiente espanhol à Lusa.
Bem mais acessível do que o
seu jovem líder, que vive envolto numa bolha de proteção, Landa é o exemplo
vivo de uma geração de ciclistas (a dos 30's anos ou mais) habituados a lidar
com os media sem os filtros dos assessores das equipas ou das redes sociais e,
por isso, fala sem problemas da adaptação à Soudal Quick-Step.
"A
verdade é que encontrei um grupo muito porreiro, simpático. Tornaram-me fácil a
chegada à equipa e estou a integrar-me bastante rápido",
pontuou.
Embora tenha assinado pela
equipa belga para ser mentor de Evenepoel, Landa não esconde que também há
objetivos pessoais aos quais ambiciona nesta época: "Gostaria de estar bem na Catalunha e na Volta a
Espanha".
Até lá, terá como missão
ajudar o seu líder belga a lutar pelo tri na Volta ao Algarve, cuja 50.ª edição
arranca hoje, em Portimão, e termina no domingo, no alto do Malhão.
Fonte: Record on-line
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