João Almeida que já liderava a juventude, subiu a segundo, a 18 segundos do britânico da INEOS, que recuperou a camisola rosa, enquanto Roglic é terceiro, a 29
Por: Lusa
Foto: Photo by Luca Bettini /
AFP
O ciclista português João
Almeida (UAE Emirates) demonstrou hoje, no ‘mítico’ Monte Bondone, que é candidato a vencer a Volta a
Itália, ao triunfar na 16.ª etapa após uma demonstração de talento e
inteligência.
Almeida, de 24 anos, impôs-se
ao sprint a Geraint Thomas (INEOS) no final dos 203 quilómetros entre Sabbio
Chiese e Monte Bondone, com os dois a cortarem a meta após 5:53.27 horas. O
esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) foi o terceiro, a 25 segundos.
Nas contas da geral, o
português, que já liderava a juventude, subiu a segundo, a 18 segundos do
britânico da INEOS, que recuperou a camisola rosa, enquanto Roglic é terceiro,
a 29.
A fuga numerosa do dia
incluiu, desde logo, elementos da UAE Emirates e da INEOS, de olhos nos líderes
na primeira jornada ‘real’ para os candidatos à geral neste Giro, que o
próprio Almeida admitiu, na segunda-feira, ter andado “um pouco aborrecido para os adeptos” nas
primeiras duas semanas.
Da fuga, com ‘rédea curta’ dada
a presença de candidatos ao ‘top 10’,
como o francês Aurélien Paret-Peintre (AG2R-Citröen) ou o australiano Jack Haig
(Bahrain-Victorious), nota para o irlandês Ben Healy (EF Education-Easy Post).
Aos 22 anos, Healy está a
estrear-se em grandes Voltas e soma já uma vitória em etapa, um segundo lugar e
hoje assumiu a liderança da classificação da montanha, a que tem reais
pretensões.
Sem o francês Pavel Sivakov,
que abandonou, Geraint Thomas prosseguiu um trabalho defensivo, uma vez que
estava na frente dos favoritos, com o australiano Rohan Dennis (Jumbo-Visma) a
impor um ritmo alto na aproximação a Monte Bondone, uma subida longa e dura a
culminar uma tirada com mais de 5.800 metros de desnível acumulado positivo.
A UAE Emirates assumiu a
despesa da etapa, à medida que os últimos resistentes iam ficando para trás, e
rapidamente o ritmo alto apresentou o ‘mano a
mano’ dos três grandes candidatos, com o irlandês Eddie Dunbar
(Jayco-AlUla) intrometido entre eles, assim como o norte-americano Sepp Kuss
(Jumbo-Visma), incansável na defesa de Roglic.
Foi João Almeida a demonstrar
inteligência para aproveitar o trabalho que a equipa fez em seu favor, ao
atacar a seis quilómetros, com uma mudança de ritmo que ninguém conseguiu
acompanhar, primeiro, e depois ao manter-se na frente tempo suficiente para
instalar a dúvida em quem vinha atrás.
Percebeu Thomas, que se lhe
juntou com um ataque ‘demolidor’ que expôs a fragilidade de Roglic, levando até a
que Kuss tivesse de esperar pelo esloveno, e foi em duo que seguiram até à meta
no ‘mítico’ Bondone.
Aí, Almeida impôs-se ao sprint
ao veterano campeão da Volta a França de 2018, ‘vingando’ as várias vezes em que esteve perto de vencer no
Giro que lhe fez a carreira, depois do quarto lugar de 2020, com 15 dias de ‘maglia rosa’ vestida,
e do sexto em 2021, além do ‘azar’ chamado covid-19 em 2022.
A vitória, no mesmo local em
que Ivan Basso se consagrou, em 2006, a caminho da conquista da ‘corsa rosa’, apresentou-lhe a candidatura
e colocou-o como maior ameaça a Thomas, seguro e experiente no regresso à
liderança.
Além disso, o ciclista de
A-dos-Francos (Caldas da Rainha) solidificou o seu lugar no pódio (o italiano
Damiano Caruso, da Bahrain-Victorious, é quarto a 2.50 minutos do líder) e
cimentou a ‘maglia bianca’, de
líder da juventude, com o norueguês Andreas Leknessund (DSM) já a 3.12 minutos.
A vitória, de resto, demonstra
o crescimento do luso, que o diretor Fabrizio Guidi gabou e garantiu que “ainda pode alcançar uma dimensão maior”,
aos microfones da cadeia televisiva italiana Rai.
Nas contas da geral, e além
das boas indicações dadas por Almeida e Thomas, nota para as boas prestações de
Caruso, que subiu ao quarto lugar, o ‘melhor
dos outros’, e de Eddie Dunbar, agora quinto, subindo três
posições, no dia em que o francês Bruno Armirail (Groupama-FDJ) se despediu da
sua ‘provisória’ ‘maglia rosa’.
Na quarta-feira, a 17.ª etapa
liga Pergine Valsugana a Caorle em 197 quilómetros maioritariamente planos,
permitindo uma possível disputa ao sprint, antes de a montanha regressar para
voltar a testar os candidatos.
Fonte: Sapo on-line
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