Colombiano foi desclassificado da Volta a França por ter usado tramadol
Por: Lusa
Foto: REUTERS
Nairo Quintana garantiu esta
quarta-feira que vai lutar para continuar no ciclismo, desmentindo informações
que davam conta do final da sua carreira e manifestando-se incrédulo perante "a inexplicável muralha" que o
impede de encontrar uma equipa.
"Hoje,
quero dizer-vos que estou em boa forma para continuar. [...] Devido aos
acontecimentos dos últimos meses, é inegável o ambiente esquisito e a
inexplicável muralha que se levantou. Mas sigo. Sou um ciclista que está
acostumado à chuva, ao frio, ao calor, às quedas e aos arranhões, mas também a
levantar-me e continuar a pedalar", notou o ciclista
colombiano.
Quintana, de 32 anos, preferiu
ler um comunicado escrito por si, lembrando que "a
luta e o sacrifício são os caminhos" que conhece.
O corredor ficou sem equipa a
Arkéa Samsic tinha anunciado a sua renovação, mas deu por finalizado o contrato
-, depois de ter sido desclassificado da Volta a França por ter usado tramadol,
que não consta na lista de substâncias proibidas da Agência Mundial
Antidopagem, mas é proibido em competição pelos regulamentos da União Ciclista
Internacional (UCI).
"Vou
continuar a batalhar para competir e para continuar na bicicleta até que o meu
corpo e a minha mente aguentem. Sou um corredor honesto, sempre o fui, nos mais
de 260 controlos que realizei nos últimos 10 anos da minha carreira nunca tive
problemas. Desde que me tornei profissional, em 2009, respeitei as regras,
competi com integridade e respeitei e honrei o jogo limpo",
declarou.
Quintana assumiu que, apesar
de não ter contrato para esta época, está disponível "para vestir uma camisola e dar o melhor na
estrada", evocando o seu palmarés para atrair a atenção das
equipas.
Um dos escaladores de
referência do pelotão na última década, o colombiano venceu o Giro2014 e a
Vuelta2016, mas nunca conseguiu 'destronar'
o britânico Chris Froome no Tour, sendo segundo classificado em 2013 e 2015,
edições em que conquistou a classificação da juventude. Melhor trepador do
Tour2013, tem 51 triunfos na carreira, entre os quais se destacam ainda as
vitórias na geral do Tirreno-Adriático (2015 e 2017), Volta aos Alpes Marítimos
(2020 e 2022), Volta à Romandia (2016), Volta à Catalunha (2016) ou Volta ao
País Basco (2013), mas também o segundo lugar no Giro2017.
Quintana é profissional há 14
temporadas, tendo passado oito delas na Movistar (2012-2019). A vitória na
Volta a França do futuro de 2010 'catapultou-o' para a ribalta, mas as polémicas relacionadas com
doping deixaram-no ser ofertas para prosseguir no World Tour. Antes de ser
desclassificado do Tour2022, aquele em que pareceu estar de regresso ao mais
alto nível foi sexto, por uso de tramadol, o colombiano já tinha estado
envolvido noutra polémica relacionada com doping.
Em setembro de 2020, a
procuradoria de Marselha abriu uma investigação após a "descoberta de vários produtos de saúde, incluindo
drogas [...] e especialmente de um método que pode ser qualificado como
doping" em buscas
realizadas durante a Volta a França.
Segundo o semanário 'Le Journal du Dimanche', a polícia
investigou o quarto de Quintana e do seu irmão Dayer, o do compatriota Winner
Anacona, bem como o dos massagistas e alguns veículos.
A Arkéa Samsic confirmou,
depois, que um número "muito reduzido de
ciclistas" foi alvo de
buscas no hotel por suspeitas de doping, que não eram dirigidas diretamente à
equipa ou ao corpo técnico.
Fonte: Record on-line
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