Por: José Carlos Gomes
Portugal vai apenas alinhar
com um corredor, Rui Oliveira, na prova de fundo do Campeonato da Europa de
Estrada para elite, que se disputa neste domingo, em Munique, Alemanha. Mas não
falta ambição à equipa nacional.
A corrida de 209,4 quilómetros
é unanimemente definida como adaptada aos velocistas. “Será um Campeonato da Europa com um perfil se adequa às
minhas caraterísticas, embora eu até preferisse um pouco mais duro. Sendo o
único representante da Seleção terei de enfrentar a corrida com cautela. A
prova será disputada com muita velocidade, prevendo-se uma chegada ao sprint.
Estando sozinho terei de ver a melhor estratégia para estar nos da frente”,
afirma Rui Oliveira.
Sem companheiros no pelotão,
Rui Oliveira terá de correr de forma inteligente, lendo a corrida a cada
instante para garantir as melhores possibilidades de sucesso. Algo parecido com
o fez no Europeu de Alkmaar, em 2019. Na altura, Portugal alinhou com Oliveira
e César Martingil, mas este descolou muito cedo, devido a furo, não podendo
ajudar o chefe-de-fila. Apesar da contrariedade, Rui Oliveira manteve-se junto
dos melhores e foi disputar o sprint, ficando na 16.ª posição.
Apesar das previsões de
chegada ao sprint, as equipas com mais elementos podem sempre trocar as voltas
aos sprinters, lançando homens num grupo pequeno, impedindo uma chegada em
pelotão compacto. O ciclista português acredita nessa possibilidade. “Há blocos que querem que a corrida chegue ao sprint, mas
sendo um percurso urbano, a corrida poderá ser atacada em alguma volta por uma
das seleções mais numerosas. A corrida poderá partir-se a qualquer instante,
por isso terei de estar bastante atento em todo o circuito, procurando entrar
nos cortes principais e, quem sabe, a disputar o sprint final”,
explica o representante de Portugal.
Habituado a lançar os
sprinters da equipa, quando representa a UAE Team Emirates, Rui Oliveira terá
amanhã de bater-se por seguir a “roda” mais adequada, visando melhorar o resultado de
2019. “Há três anos vivi uma situação idêntica a esta, fiz esse europeu
praticamente sozinho, devido ao infortúnio do meu colega, e até acabou por
correr bem, estive na disputa da corrida até ao fim e fiz perto do top 15. Em
Munique um top 10 seria fantástico e iria melhorar os meus resultados em
Campeonatos da Europa”, assinala o gaiense.
O selecionador nacional, José
Poeira, confia nas qualidades de Rui Oliveira, mas tem noção de que, sem
equipa, o mínimo percalço pode deitar tudo a perder. “O Rui tem as caraterísticas certas para uma corrida com
este perfil. Sabemos que as equipas mais numerosas irão controlar a corrida,
cabendo ao Rui aproveitar o trabalho dos outros. Ele é um corredor que se
coloca bem, mas, sem ajuda para essa colocação, estará sempre em desvantagem,
porque terá um desgaste acrescido nesse trabalho. Tem todas as qualidades para
conseguir uma boa prestação, embora dependa também de não ter qualquer azar, porque
se isso suceder, sem equipa, será muito mais difícil”, analisa
José Poeira.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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