Fonte: José Carlos Gomes
Ivo Oliveira
sagrou-se hoje campeão da Europa de perseguição individual, em Plovdiv,
Bulgária. Na disciplina que já lhe dera três medalhas de prata na categoria de
elite – duas em europeus e uma em mundiais -, o corredor português subiu hoje
ao lugar mais alto do pódio.
O ciclista da
Equipa Portugal foi o mais consistente no conjunto da qualificação e da final.
No contrarrelógio matutino de 4 quilómetros, que determinava os corredores que
passavam à final, Ivo Oliveira estabeleceu a nova melhor marca nacional,
4’07’’528, retirando 3,301 segundos ao anterior máximo português, que lhe
pertencia desde 28 de fevereiro.
Apesar da marca
histórica, Ivo Oliveira foi batido na qualificação pelos 4’06’’890 do italiano
Jonathan Milan. Ficaram, assim, encontrados os dois finalistas.
No frente a frente decisivo, Ivo Oliveira foi o melhor, conseguindo manter uma constância de tempos ao longo dos 4 quilómetros que o italiano não logrou acompanhar. Jonathan Milan fez os primeiros dois mil metros mais rápido do que o português, mas a capacidade de Ivo Oliveira rodar praticamente à mesma velocidade durante toda a prova fez com que a medalha de ouro fosse conquistada pelo gaiense.
“Vim da Vuelta
para tentar ganhar o título. Sabia que chegava com algum desgaste, mas também
com ritmo. Foi importante descansar bem durante esta semana. A qualificação foi
uma autêntica final, pois foi preciso dar tudo para passar à discussão das
medalhas”, contou o corredor.
Na final, o
registo foi ligeiramente mais lento do que na qualificação, sinal de que a
capacidade de recuperação e o equilíbrio entre as duas mangas foi o segredo do
sucesso. Ivo Oliveira completou a final em 4’08’’116, menos 656 milésimos do
que o adversário. O russo Lev Gonov conquistou a medalha de bronze. Iuri Leitão
participou também nesta corrida, sendo o décimo classificado, com 4’21’’852.
“Estava farto de segundos lugares. Quando passei à final meti na cabeça que tinha de ser hoje o dia de ganhar a medalha de ouro. Sabia que tinha de gerir bem o esforço e foi o que fiz. Ia olhando pelo canto do olho para controlar o adversário. Também estava a sentir-me bem e a conseguir manter o andamento. Quando ouvi gritar que o italiano estava a quebrar, senti que podia ser o meu dia”, relata Ivo Oliveira.
“Foi um dia em que
tudo saiu bem ao Ivo, melhorando a marca pessoal e vencendo a final. O Ivo
Oliveira fez uma excelente gestão da corrida, adaptando-se às caraterísticas do
adversário e guardando energias para a parte final. Estou extremamente
satisfeito com este desempenho que quebra o ‘enguiço’ dos segundos lugares”,
congratula-se o selecionador nacional, Gabriel Mendes.
Maria Martins
esteve perto de conseguir o segundo pódio pessoal neste Campeonato da Europa.
Foi a quarta classificada na corrida por pontos, uma prova em que se mostrou
muito ativa ao longo dos 20 quilómetros (100 voltas).
Um ataque a 35
voltas do fim rendeu a Maria Martins a vitória num dos sprints pontuáveis e a
dobragem ao pelotão, consumada, já na companhia de mais três ciclistas, a 25
voltas de terminar a prova. Esta iniciativa valeu à portuguesa os 25 pontos com
que terminaria a corrida, no quarto lugar, a dez pontos da medalha de bronze,
conquistada pela polaca Karolina Karasiewicz. A britânica Katie Archibald
venceu, com 57 pontos, secundada pela italiana Silvia Zanardi, com 39.
“A Maria talvez
tenha sido demasiado voluntariosa em alguns momentos do início da prova, mas
depois direcionou bem a corrida para os nossos interesses. A vitória num sprint
e a volta de avanço colocaram-na na discussão das medalhas. Na fase final,
algum cansaço impediu a Maria de chegar ao pódio. Devo dizer que é um cansaço
natural, porque a corredora fez todas as provas de resistência, e não apaga
tudo de bom que aqui conseguiu fazer”, explica Gabriel Mendes.
Rui Oliveira, que
não competia em pista desde o início do ano, não teve as melhores sensações na
corrida por pontos masculina, acabando por abandonar antes do final das 160
voltas. O espanhol Sebastián Mora sagrou-se campeão europeu, seguido pelo
italiano Matteo Donega e pelo romeno Daniel Crista.
A participação da
Equipa Portugal neste Europeu, marcada já pela conquista de cinco medalhas,
termina no domingo. A seleção vai participar na disciplina de madison, devendo
ser composta pelos gémeos Oliveira. As más sensações de Rui Oliveira farão o
selecionador avaliar, em conjunto com o corredor, a participação na corrida de
domingo. Até às 12h00 de amanhã poderá ser alterada a constituição da equipa. A
final de madison está marcada para as 13h45.
Página explicativa
das disciplinas de pista: https://www.fpciclismo.pt/apresentacao-pista
Todas as medalhas
das Seleções Nacionais: https://www.fpciclismo.pt/cronologia-equipa-portugal
Fonte: Federação
Portuguesa Ciclismo
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