Foto: AFP
O inédito adiamento da Volta a
França em bicicleta passou hoje a integrar uma lista com mais de 100 eventos
desportivos que foram condicionados em diversas latitudes desde janeiro devido
à pandemia da covid-19.
A 107.ª edição da prova mais
emblemática do calendário velocipédico internacional estava prevista entre 27
de junho e 19 de julho e foi reagendada de 29 de agosto a 20 de setembro pela
promotora Amaury Sport Organization, dois dias após o Presidente francês,
Emmanuel Macron, ter prolongado o período de isolamento social até 11 de maio.
Se alguns espaços públicos
serão reabertos a partir dessa data, os eventos com grande concentração de
pessoas estão proibidos até meados de julho, contexto que levou à prorrogação
do ‘Tour’, imitando a conjuntura da Volta a Itália, a primeira das três
‘Grandes Voltas’ do ano, que deveria arrancar em 09 de maio e ainda espera por
nova data – a União Ciclista Internacional avançou hoje que decorrerá depois
dos Mundiais, agendados de 20 a 27 de setembro, e antes da Vuelta, que também
viu as suas datas originais (de 14 agosto a 06 de setembro) alteradas.
Desfecho idêntico receberam os
Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados por um ano para 23 de julho a 08 de agosto
de 2021, provocando uma situação inédita na história do evento multidesportivo,
que se junta aos três cancelamentos anteriores causados pelas duas Grandes
Guerras Mundiais, nas edições de 1916, 1940 e 1944.
Com cerca de 40% das vagas por
definir, a pandemia afetou datas e localizações de várias qualificações e
confinou grande parte dos atletas a treinos caseiros, levando algumas
federações internacionais e comités nacionais a solicitarem ao Comité Olímpico
Internacional que repetisse o adiamento de grandes competições, como no
futebol.
A UEFA e a Conmebol
transferiram para 2021 as fases finais do Euro2020 e da Copa América,
originalmente marcadas entre 12 de junho e 12 de julho, e suspenderam as provas
continentais de clubes, seguindo uma tendência iniciada por diversos
campeonatos, que revelaram atletas, treinadores e presidentes infetados.
A paralisação global também
foi decretada nas principais modalidades de pavilhão, com destaque para a
suspensão por tempo indeterminado da Liga norte-americana de basquetebol (NBA)
em 11 de março, logo após o poste francês Rudy Gobert, dos Utah Jazz, ter
acusado positivo nos testes de despistagem ao novo coronavírus.
Em virtude do adiamento de
Tóquio2020, a Federação Internacional de Basquetebol arrastou o Europeu
masculino de 17 de agosto a 01 de setembro de 2021 para o período entre 01 e 18
de setembro de 2022, tal como a World Athletics, que prorrogou os Mundiais ao
ar livre de 06 a 15 de agosto de 2021 para 15 a 24 de julho de 2022.
No início do ano, o novo
coronavírus já tinha empurrado até ao próximo ano os Mundiais de atletismo de pista
coberta, previstos entre 13 e 15 de março, adiando mais tarde duas das seis
principais maratonas planetárias, em Boston (de 20 de abril para 14 de
setembro), nos Estados Unidos, e Londres (de 26 de abril para 04 de outubro).
A par das três principais
provas por etapas do ciclismo, os ‘monumentos’ Milão-São Remo (21 de março),
Volta a Flandres (05 de abril), Paris-Roubaix (12 de abril) e
Liège-Bastogne-Liège (26 de abril) também devem ser remarcados.
Nos desportos motorizados, a
Fórmula 1 cancelou os Grandes Prémios da Austrália e do Mónaco e vai
recalendarizar sete corridas, ao passo que o MotoGP retirou a prova inaugural
no Qatar e já adiou outros nove eventos, tendo o Mundial de ralis anulado a
etapa no Chile e prorrogado mais três provas.
Aportando consequências sem
precedentes na história do desporto, o surto viral detetado em dezembro na
China também ditou impactos em metade dos ‘Grand Slam’ de ténis, desde logo
impondo o prolongamento da 124.ª edição do torneio francês de Roland Garros de
24 de maio a 07 de julho para 20 de setembro a 04 de outubro.
Já o evento inglês de
Wimbledon caminhava para a 134.ª edição e deveria ocorrer entre 29 de junho e
12 de julho, mas foi cancelado pela primeira vez desde a II Guerra Mundial, representando
o epílogo da época de relva e da suspensão de todas as provas dos circuitos
profissionais masculino (ATP) e feminino (WTA).
Em relação aos quatro ‘majors’
de golfe, o PGA Championship (de 06 a 09 de agosto), o Open dos Estados Unidos
(de 17 a 20 de setembro) e o Masters (de 12 a 15 de novembro) estão adiados e o
The Open Championship (de 16 a 18 de julho) cancelado, enquanto o European Tour
adiou sete etapas e suspendeu outra prova.
O torneio das Seis Nações de
râguebi e as Taças do Mundo de ginástica artística e rítmica permanecem
suspensos, os Mundiais de equipas de ténis de mesa (de 27 de setembro a 04 de
outubro) e os Europeus de judo (de 08 a 10 de novembro) voltaram a ser
recalendarizados e quatro eventos da Taça do Mundo de tiro foram anulados.
Fonte: Sapo on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário