Por:
Lusa
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Nuno André Ferreira
O
português João Rodrigues (W52-FC Porto) veio de Faro para se afirmar, aos 24
anos, como o mais forte ciclista do pelotão nacional, conquistando a 81.ª Volta
a Portugal em bicicleta a pedir 'voos' maiores na carreira.
O
mais novo dos três candidatos, a par do líder Jóni Brandão (Efapel) e do
'veterano' espanhol Gustavo Veloso (W52-FC Porto), acabou por ser o mais forte,
numa vitória 'anunciada' por bons resultados nos últimos anos.
Em
2018, e depois de ter ficado de fora da edição de 2017 por uma infelicidade,
arrancou um sétimo lugar, então dentro da 'armada' do bicampeão espanhol Raúl
Alarcón, ao lado de Veloso.
Esta
temporada, foi na zona sul do país, por onde a Volta a Portugal pouco passou,
que começou por se evidenciar, ao ser nono na Volta ao Algarve entre o pelotão
WorldTour e vencer a Volta ao Alentejo com autoridade.
Os
bons resultados deixaram-no à porta de novo 'brilharete' na Volta, mas
esperava-se, então, que fizesse parte da equipa que levaria Alarcón a um 'tri'.
O chefe de fila caiu no Grande Prémio Abimota e a ausência da prova abriu-lhe
as portas.
Ainda
assim, a presença do 'veterano' Veloso na equipa, que vestiu a amarela por
cinco dias, podia ter-lhe tapado a ascensão, apesar da amizade entre os dois
corredores, evidenciada dentro e fora da estrada.
Na
Torre, na quarta etapa, brilhou, ao vencer à frente do colega de equipa mais
experiente, numa vitória que já bastaria para o inscrever nas páginas de glória
da Volta, e o segundo lugar manteve-se até ao fim.
Na
nona etapa, na subida à Senhora da Graça, foi segundo e ganhou um segundo ao camisola
amarela Jóni Brandão, colocando-se a 41 centésimos da liderança numa Volta
disputada como nunca até ao fim.
No
contrarrelógio, acabou por se mostrar mais forte que o rival e vencer, após uma
prova em que os seus dois lados foram sendo revelados ao público e aos
jornalistas, fruto da forma autêntica como reagia aos resultados.
Vindo
de Tavira, impôs-se a adversários pela geral dentro e fora da equipa, numa
W52-FC Porto apostada em não abrir o jogo sobre o real líder, e bateu Jóni
Brandão na edição mais disputada e equilibrada dos últimos anos, como destacou
por várias vezes, apontando para as "forças muito igualadas" dos
principais nomes, mesmo que alinhasse na 'onda' da equipa em isolar Brandão
como o grande candidato.
O
João sorridente da Torre, após a "maior vitória da carreira", dava
lugar a um João cabisbaixo e com ar de 'poucos amigos' com maus resultados,
numa Volta 'nervosa' e com trocas de 'galhardetes' sobre quem seria o real
candidato.
Na
nona etapa, tanto João como Jóni prometeram correr "à morte" o
'crono' do Porto, e foi nesse esforço de 19,5 quilómetros a fechar a 'maratona'
que se revelou como o vencedor da 81.ª edição, agora a pedir 'voos' maiores aos
24 anos.
O
algarvio começou por correr nas equipas de Tavira e foi nos 'dragões' que deu o
salto qualitativo, 'explodindo' em 2018 e confirmando, em 2019, o potencial de
vencedor que lhe vinham apontando ao longo dos anos.
Até
final, sempre se mostrou humilde e foi apontando "um dia de cada
vez", elogiando Veloso e mostrando a vontade de "chegar à vitória
final". "Não queremos dar espetáculo, queremos ganhar a geral",
disse, após a Torre.
"Já
sonhei bastante em vencer, mas até isso se realizar era uma diferença grande.
Esta e a Senhora da Graça são etapas que se adaptam às minhas características.
É o culminar de muito trabalho, tenho de agradecer aos meus companheiros",
dizia, após a subida da Serra da Estrela, numa citação que bem se pode aplicar
à vitória na Volta a Portugal.
Fonte:
Record on-line
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