Por:
Bloomberg
Foto:
EPA
Se
por acaso acompanha competições de ciclismo profissional de vez em quando,
provavelmente assiste uma vez por ano ao Tour de France. Durante essas três
semanas em julho, os fãs podem assistir aos melhores ciclistas do mundo
deslizarem por estradas do interior de França, competindo pela supremacia à
frente de um longo e sinuoso pelotão.
Mas,
por trás desse trajeto europeu cuidadosamente orquestrado - conquistado na
semana passada pelo colombiano Egan Bernal -, o desporto enfrenta uma crise.
Nos últimos anos, as equipas têm desaparecido a um ritmo alarmante, deixando
ciclistas e equipas técnicas com dificuldades em encontrar emprego.
O
modelo económico do ciclismo internacional é difícil. No início de cada ano, a
maioria das equipas tem uma quantia fixa de recursos dos patrocinadores - uma
série de empresas que pagam para que a sua marca seja vista nos corpos
magricelos de ciclistas ofegantes. Os grandes patrocinadores - fabricantes de
bicicletas, empresas de telecomunicações e até empresas de combustíveis fósseis
- geralmente têm sede na Europa, devido à popularidade do desporto na região.
"O
ciclismo profissional deveria ser considerado um negócio, mas é
parasitário", disse Jonathan Vaughters, ex-ciclista profissional e
representante da equipa EF Education First-Drapac p/b Cannondale. "Equipas
e corridas estão a competir pelos mesmos patrocinadores."
Agora,
com o fim do principal evento do ciclismo internacional, alguns interessados
estão concentrados em como fazer isto. No processo, esperam reverter o lento
declínio do desporto.
O
ciclismo é um desporto difícil de ser vendido a emissores, com horas de
relativa inércia intercaladas por breves momentos de emoção quando um ciclista
tenta uma ultrapassagem (ataca) ou cai. Transmitir uma corrida pela TV requer
um sistema de revezamento caro de helicópteros e aviões para transmitir sinais
de câmeras instaladas em motocicletas. A maioria das transmissões de ciclismo -
até mesmo para o Tour de France - perde dinheiro.
A
instabilidade do ciclismo profissional é agravada por um outro problema
estrutural: as equipas não são franquias permanentes. Precisam de licenças de
curto prazo concedidas pela União Ciclística Internacional (UCI), órgão
regulador do desporto. As equipas também não competem como parte de uma liga;
cada corrida é propriedade de uma empresa externa que, por sua vez, vende os
direitos de transmissão e patrocínio.
A
UCI disse que planeia mudar o funcionamento da competição. Para a próxima
temporada, está prevista uma nova estrutura para o ciclismo masculino, que
abordará alguns dos problemas mais espinhosos enfrentados pelas equipas de
segundo nível. Uma reforma importante será a extensão das licenças das equipas
para três anos, segundo um anúncio da UCI em dezembro. A UCI não respondeu a um
pedido de comentário.
Fonte:
Negócios on-line
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