A
Câmara de Torres Vedras vai, na quarta-feira, assinar contrato com um
empreiteiro para iniciar as obras de reabilitação do espaço onde será instalado
o Museu Joaquim Agostinho, em homenagem ao ciclista, natural do concelho.
“Queremos
prestar uma justa homenagem a Joaquim Agostinho e queremos que o museu seja uma
referência e possa atrair visitantes nacionais e internacionais, pela importância
que o ciclista teve para a modalidade a nível nacional e internacional”, disse
à agência Lusa o presidente desta câmara do distrito de Lisboa, Carlos
Bernardes.
Depois
de adquirir o antigo refeitório da Casa Hipólito, a autarquia vai efetuar obras
de reabilitação do espaço, um investimento de cerca de 600 mil euros que deverá
estar concluído dentro de dez meses.
O
autarca adiantou que o museu deverá ser inaugurado dentro de ano e meio, tendo
em conta que decorre há já vários anos um processo de investigação e de recolha
de espólio.
A
coleção integra bonés, canetas, porta-chaves, copos, relógios, cinzeiros,
postais e calendários de várias equipas, galhardetes e camisolas assinados por
Joaquim Agostinho e outros ciclistas, recortes de jornais, fotografias,
medalhas de campeonatos do mundo, bicicletas em miniatura, postais enviados por
ciclistas e respetivas equipas, cartazes de equipas, azulejos e cerâmica
alusiva ao ciclismo, ferramentas, camisolas usadas por Joaquim Agostinho e
outros ciclistas, livros de provas e revistas e jornais das décadas de 60 a 80
do século XX.
A
recolha de espólio decorre desde 2013, tendo já sido cedido espólio por
particulares e pela família do ciclista, como troféus, camisolas amarelas
ganhas e a bicicleta com a qual sofreu a queda que lhe causou a morte.
O
designer português Henrique Cayatte é responsável pelo circuito expositivo do
futuro museu.
No
interior do edifício, está previsto um espaço para exposições temporárias e
permanentes, não só com informação e espólio de Joaquim Agostinho, mas também
de outros ciclistas do concelho, como João Roque, camisola amarela na Volta a
Portugal de 1963, Joaquim Gomes, camisola amarela da Volta a Portugal em 1989 e
1993, ou Marco Chagas, vencedor da Volta em 1982, 1983, 1985 e 1986.
No
exterior, vai ser criada uma zona de lazer dedicada à bicicleta, não só com
esplanada e café, mas também com exposição de bicicletas de várias épocas,
pista de obstáculos e zona lúdica.
Joaquim
Agostinho, natural do concelho de Torres Vedras, nasceu em 07 de abril de 1943
e morreu em 10 maio de 1984, na sequência de uma fratura craniana resultante de
uma queda durante a Volta ao Algarve, quando um cão se atravessou à frente da
sua bicicleta.
O
ciclista foi várias vezes camisola amarela na Volta a Portugal. Em 1972, foi
quinto na Volta à Suíça e, nos anos de 1978 e 1979, conseguiu o terceiro lugar
na Volta a França. Foi também 16.º no Campeonato do Mundo de Estrada, na década
de 1960.
Fonte:
Sapo on-line
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