Por:
Lusa
Foto:
Filipe Farinha
Joaquim
Silva confessou esta terça-feira à Lusa que nunca perdeu a esperança de dar o
salto para o pelotão internacional, assumindo que o contrato com a equipa
espanhola Caja Rural representa a concretização de um sonho.
"É
a concretização de um sonho. Era um objetivo que eu tinha definido já há alguns
anos e, agora, finalmente consegui", começou por dizer, evidentemente
feliz, à agência Lusa.
Aos
25 anos, e após três temporadas como gregário omnipresente e destacado nas
variantes da W52-FC Porto, Joaquim Silva congratula-se por ter conseguido dar o
salto a desempenhar o papel de trabalhador, reconhecendo que nunca perdeu a
esperança de ir para o pelotão internacional.
"Claro
que há alguns momentos em que se perde tudo. Pensa-se que nunca mais se vai
conseguir dar o salto, mas felizmente as coisas correram pelo melhor",
completou.
O
corredor de Penafiel acredita que ter seguido à letra o conselho de um amigo,
que lhe repetiu o mote "Tudo o que faças, faz bem, e faz para marcar a
diferença", lhe valeu o lugar na única equipa espanhola do escalão
profissional continental.
"Penso
que aquilo que também me ajudou foi fazer a Volta a Castela e Leão e a Volta às
Astúrias, que eram duas corridas importantes, nas quais acabei no 'top-10'. E
depois também o currículo que eu tinha anteriormente. Tudo isso somado ao
desempenho desta temporada, na qual estive bastante bem, e ao trabalho na Volta
a Portugal...", enumerou.
Com
o contrato com a Caja Rural, 'Quim', como é conhecido no pelotão, deixou
definitivamente para trás os maus momentos vividos no final da época de 2014,
quando viu os seus contemporâneos sub-23, incluindo o seu companheiro de
seleção Ruben Guerreiro, assinarem por equipas grandes, enquanto ele era
obrigado a conformar-se com a subida a profissional em Portugal.
"Via
que muita gente, como por exemplo os 20, 25 primeiros da Volta a França do
futuro, tinha contrato com equipas continentais profissionais ou do
WorldTour... quando cheguei ao fim do ano e não consegui dar o salto, claro que
fiquei um bocado desiludido, mas também acho que depois, ao ingressar na W52,
continuei a fazer aquilo que tinha feito até àquele ano: ir corrida a corrida,
ano a ano, tentar evoluir o máximo possível e fazer com que esse sonho fosse
sempre uma possibilidade, nem que demorasse mais dois, três ou quatro anos. Até
ser mais velho ia sempre tentar manter esse objetivo na minha mente, porque
também é uma maneira de nos motivarmos", revelou.
Oitavo
classificado na Volta a França do futuro em 2014, segundo na Volta a Portugal
do futuro e 16.º na prova de fundo dos Mundiais de Ponferrada2014, Silva viu o
sonho escapar-lhe sem perceber porquê.
"Realmente,
não sei. Nos anos anteriores nunca tinha ido à seleção. Nesse ano, fiz apenas o
Campeonato da Europa, a Volta a França do futuro, depois o Mundial. Isso, se
calhar, colocou algumas dúvidas, porque, quer queiramos quer não, muitas das
corridas amadoras daqui não têm a visibilidade destas internacionais. O não
trazer currículo de trás pela seleção e também experiência foi o que fez a diferença
para haver esse empurrão", avaliou o ainda ciclista 'dragão'.
Questionado
sobre uma eventual estreia numa grande Volta no próximo ano, o corredor
português preferiu ser prudente, assumindo que não gosta de pensar muito
adiante.
"Sei
que a Caja Rural é uma equipa que tem muitos bons ciclistas, certamente que a
maior parte ou todos eles têm esse desejo de ir à Vuelta. Eu penso dia a dia.
Quero desfrutar o máximo desta aventura e, claro que será sempre para mim um
objetivo fazer uma grande Volta", disse, enaltecendo a ajuda que vai
receber de Rafael Reis, o amigo português que vai reencontrar na equipa
espanhola.
Consumado
o seu maior sonho, Joaquim Silva mantém o otimismo, esperando agora que não
haja impossíveis e que possa, mais cedo ou mais tarde, chegar ao WorldTour.
Fonte:
Record on-line
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