Por: Ana Paula Marques. Doha. Qatar
É certo que o Campeonato do Mundo do Qatar foi um
pouco atípico pelas particularescondições climatéricas, vento e sobretudo
calor, mas não é menos verdade que mostrou uma Seleção Nacional vulnerável e
pouco preparada para enfrentar não só estas adversidades como o percurso
demasiado plano.
Os resultados dos últimos anos colocaram o nosso país
em posição de poder estar na discussão das vitórias, ainda que elas para já se
resumam ao título de Rui Costa em Florença’2013. Mas há muitas classificações
entre os dez primeiros, seja nas provas em linha, seja nos contrarrelógios, que
fizeram com que os ciclistas nacionais passassem a ser respeitados pelos
adversários.
As características da grande maioria dos ciclistas
nacionais que correm no estrangeiro fazem deles corredores para provas mais
duras, mais seletivas, não existindo essas soluções para outro tipo de
traçados, designadamente para uma discussão ao sprint, como aquela que
aconteceu no Qatar. A solução pelos vistos, de acordo com o selecionador
nacional, não passa por ‘recrutar’ ao pelotão nacional. Se os ‘estrangeiros’
pecam por não serem velocistas; os que correm no pelotão português pecam por
não terem ritmo competitivo, experiência. E entre uns e outros é sempre melhor
levar os que correm a época toda, os primeiros... Mas não basta que tenham
quilómetros nas pernas, não basta os anos de experiência internacional. Para se
correr nas condições que se correu no Qatar é preciso muito mais. É preciso
outro tipo de trabalho.
O que aconteceu no Médio Oriente – desistência dos
três ciclistas na prova em linha dos elites - não é para alarmar, nem perto disso,
mas é para levar em conta, para refletir. E agora mais do que nunca com a
entrada, ou antes, reentrada, em cena do espanhol José Luís Algarra, técnico
que regressa ao ciclismo português, depois de uma primeira experiência de dez
anos entre 1996 e 2006.
Fonte: Record on-line
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