Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Paul Seixas pode já ser o nome
na boca de todos os adeptos franceses, mas o jovem não tem pressa em
corresponder ao peso das expectativas nacionais e em pôr-se à prova contra os
melhores do mundo na Volta a França.
Depois de uma sensacional
primeira época completa no WorldTour, o jovem de 19 anos, que tem raízes
portuguesas, diz que, embora a Volta a França continue a ser a sua maior
ambição, quer que o seu caminho até à linha de partida seja deliberado.
"A Volta a França é o meu
maior sonho. É também a corrida mais importante para mim, mas é preciso
distinguir entre os sonhos e a realidade", disse recentemente Seixas ao
L'Équipe. "E a realidade é que temos de manter os pés na terra".
Um ano de
sucesso, mas com ambições serenas
A ascensão de Seixas em 2025
foi meteórica. Ainda adolescente, não só enfrentou a elite do WorldTour como se
tornou um dos mais consistentes atletas da equipa Decathlon AG2R La Mondiale
Team. Impressionou ao longo da primavera com provas fortes na classificação
geral na Volta ao País Basco e Volta à Romandia, confirmando depois a sua
classe com o bronze na corrida de estrada do Campeonato da Europa em casa. A
sua maturidade, tanto dentro como fora da bicicleta, rapidamente o tornou num
potencial vencedor da corrida mais importante do mundo.
Quando se elabora um programa
de corridas, tem de ser um programa inteligente e coerente", alertou
Seixas. "É por isso que ainda não decidimos sobre uma possível
participação no Tour de 2026. Estamos a pensar numa Grande Volta, mas ainda não
sei em qual delas irei participar".
O dilema
calculado da Decathlon
O patrão da equipa, Dominique
Serieys, deu a entender que a equipa francesa gostaria de ver Seixas a provar a
intensidade da Volta a França mais cedo ou mais tarde. Em declarações à RMC
Sport, Serieys admitiu que "gostaria que ele fizesse a Volta no próximo
ano", explicando que "se não o fizeres, não ganhas experiência".
Mesmo assim, Serieys está
consciente de que cultivar um talento tão raro exige paciência. "O Paul
ainda precisa de tempo para se desenvolver, por isso é claro que o vamos
proteger", disse. "Mas, ao participar no Tour, ele irá certamente progredir,
como pessoa, mas também em termos de potência, resistência e técnica".
Desde o triunfo de Bernard
Hinault, em 1985, que a França não celebra um vencedor do Tour em casa, e cada
vislumbre de brilhantismo de Seixas só alimenta o sonho de que o próximo já
pode estar à vista. No entanto, o que o distingue de tantos "próximos
grandes nomes" do passado é precisamente a sua recusa em apressar-se.
Apesar de todo o alarido,
Paulo Seixas ainda não anda atrás das camisolas amarelas, está a certificar-se
de que está pronto quando finalmente chegar a sua hora.
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