Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A ministra espanhola da
Educação, Formação Profissional e Desporto, Pilar Alegría, abordou no programa
El Larguero da Cadena Ser a crescente tensão que envolve a Volta a Espanha e os
protestos pró-palestinianos que têm marcado a corrida. Numa entrevista marcada
por um tom equilibrado entre firmeza e prudência, Alegría manifestou apoio às
manifestações pacíficas, mas sublinhou a importância de garantir que a corrida
chegue ao fim em Madrid.
“Considero fundamental que a
Vuelta se possa realizar, tal como se realizaram outras grandes provas
internacionais. Seria uma má notícia se uma competição desta envergadura
tivesse de ser suspensa. O que estamos a ver nestes dias com as manifestações,
na minha opinião, é compreensível. A sociedade espanhola não pode nem deve
manter-se neutra face ao que está a acontecer em Gaza. Nem o desporto pode
virar as costas à realidade que o rodeia”, afirmou.
Paralelismo com outros
desportos
A ministra alertou ainda para
a possibilidade de situações semelhantes surgirem noutras modalidades,
apontando em particular para a Euroliga de basquetebol. Recordou as medidas
aplicadas contra equipas russas após a invasão da Ucrânia e questionou se Israel
deveria ser tratado da mesma forma.
“O torneio de basquetebol da
Euroliga vai começar em breve e sabemos que os clubes russos não estarão
presentes. No entanto, outros, como o Maccabi, vão participar? Gostaria de ver
a mesma medida aplicada em 2022 com a Rússia, mas agora com Israel. O desporto
não pode ficar à margem quando se trata de defender princípios tão essenciais.”
Governo não interfere na
participação das equipas
Questionada sobre uma eventual
pressão política relativamente à presença da Israel - Premier Tech na Vuelta,
Alegría foi categórica: “Não houve qualquer tipo de pressão, porque a decisão
de permitir ou não a participação dessa equipa não cabe a este governo.”
Segurança e manifestações:
confiança e cautela
Alegría reiterou confiança de
que a corrida poderá terminar sem incidentes graves, embora reconheça os riscos
que persistem. “Estou confiante de que a Volta a Espanha pode terminar sem
incidentes. E os ouvintes sabem-no bem: essa decisão não depende deste ministro
ou do governo, mas sim dos organizadores da corrida. A medida de encurtar a
etapa de quinta-feira já foi tomada e, pela nossa parte, o que nos cabe é
garantir tanto a segurança dos ciclistas e dos adeptos como o direito destes
últimos a manifestarem-se.”
A ministra deixou ainda um
aviso contra os excessos registados em algumas etapas. “Condenar e rejeitar
qualquer ato violento numa competição desportiva é a coisa normal a fazer. Como
é que não o podemos fazer? É óbvio. No entanto, os cidadãos que se manifestam
pacificamente, e que têm o direito de o fazer, estão a exprimir o sentimento da
maioria da sociedade espanhola. O que me preocupa é que não haja uma reação
deste tipo, porque o desporto não pode nem deve ficar à margem.”
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