Outros 15 pessoas foram identificadas e poderão ser multadas por tentarem transpor as barreiras
A 18.ª etapa da Volta a Espanha
em bicicleta voltou a sofrer perturbações devido as manifestações contra a
presença de uma equipa israelita na prova.
Na sequência dos incidentes,
duas pessoas foram detidas por agentes da Polícia Nacional de Espanha, após
saltarem as barreiras de proteção do percurso da 18.ª etapa, marcado pelo
contrarrelógio pelas ruas de Valladolid.
Outros 15 pessoas foram
identificadas e poderão ser multadas por tentarem transpor as barreiras do
circuito de 12 quilómetros.
A agência de notícias EFE
detalha que o incidente ocorreu na subida que liga a Plaza de la Antigua à
Plaza de la Universidad, onde duas pessoas saltaram as vedações que delimitavam
o trajeto e foram intercetadas pelos agentes. A tentativa de invasão não teve
influência no desenrolar da prova já que, nessa altura, não passava nenhum
corredor pela zona.
Centenas de pessoas
posicionaram-se ao longo dos 12 quilómetros do crono para denunciar o genocídio
de palestinianos levado a cabo por Israel em Gaza e condenar a participação da
equipa Israel Premier Tech na competição. A equipa israelita mudou os equipamentos
e as referências a Israel para não chamar a atenção dos protestantes, mas isso
não foi suficiente para os demover.
As autoridades espanholas
reforçaram o dispositivo de segurança na Vuelta 2025. Esta quinta-feira, cerca
de mil agentes, entre Polícia Local, Polícia Nacional e Guardia Civil, estavam
nas ruas para garantir a segurança dos ciclistas. Mas nem isso demoveu os
espanhóis, com centenas de pessoas nas imediações do circuito com símbolos
palestinianos, como bandeiras ou kufiyas (lenço palestiniano).
Inicialmente, o crono da 18.ª
etapa esta programado para ter 27,2 quilómetros, mas a organização encurtou a
mesma para 12,2, o que acabou por não beneficiar o João Almeida. O português
foi terceiro no contrarrelógio, ganho pelo italiano Fillippo Ganna. Almeida
recuperou 10 segundos ao líder Vingegaard, mas podiam ter sido mais, se o
ciclista luso tivesse mais quilómetros para recuperar terreno.
Terceira interrupção da Vuelta
devido a protestos
Esta foi a terceira vez que a
organização da prova foi obrigada a alterar o percurso de uma etapa devido a
manifestações de solidariedade com a Palestina contra a ofensiva militar
israelita em curso em Gaza.
Em Bilbau, na tirada no País
Basco, a meta foi alterada e a etapa neutralizada, devido aos protestos. Na
última terça-feira, em Mos, a meta teve de ser alterada.
A organização e o Governo
espanhol sugeriram a Israel Premier Tech que se retirasse da prova, por motivos
de segurança, mas a formação israelita insistiu em continuar.
A ofensiva israelita em Gaza
já provocou mais de 64 mil mortos, após o ataque terrorista do Hamas em outubro
de 2023 que matou 1200 pessoas e fez 240 reféns.
Israel, que não permite a
entrada de jornalistas assim como de ajuda humanitária em Gaza, está a ser
acusado pela comunidade internacional de genocídio e de usar a fome como arma
de guerra. Em agosto, a Organização das Nações Unidas declarou uma situação de
fome no norte de Gaza, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.
O Governo de Netanyahu já
anunciou uma operação para tomar a cidade de Gaza, no norte do enclave.
Fonte: Sapo on-line
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