Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Tadej Pogacar teve um dia
inesperadamente turbulento na Volta a França 2025. À entrada de três etapas nos
Pirinéus, o esloveno da UAE Team Emirates - XRG teve de reagir a dois ataques
incisivos de Jonas Vingegaard num dia que, à partida, não levantava grandes
alarmes. Para complicar, sofreu uma queda nos quilómetros finais, numa situação
atípica que pôs à prova a sua tranquilidade e sangue-frio às portas da alta
montanha.
“Estou bastante bem, um pouco
dorido. Mas já passei por dias piores”, disse Pogacar após cortar a meta. “Foi
um dia agitado do princípio ao fim. No final tive uma pequena queda, mas
recuperei graças ao grupo da frente ter esperado. A corrida estava mais ou
menos acabada lá atrás, mas mesmo assim eles esperaram. Eu teria de ir muito a
fundo para poder regressar”.
A movimentação táctica da
Visma na etapa, quando Vingegaard lançou um ataque para se juntar a Wout van
Aert, levou a que Pogacar reagisse de imediato para não perder o comboio, numa
fase em que o ritmo já era elevado e o esforço acumulado pesava. Apesar de
parecer que a fase mais crítica estava ultrapassada, a cerca de 4 quilómetros
da meta, Pogacar bateu na roda traseira de Tobias Johannessen. O norueguês
desviou-se abruptamente na estrada no momento em que o esloveno falava pelo
rádio. O Campeão do Mundo acabou por ir ao chão e viu-se obrigado a colocar a
corrente ao sítio, perdendo tempo num momento que podia ter sido decisivo na
luta pela Camisola Amarela.
Contudo, a corrida ficou
marcada por um gesto coletivo de desportivismo. “Um grande respeito por toda a
gente na frente. Obrigado pelo vosso apoio, pessoal. Quando estavamos na
descida, acho que toda a gente estava um pouco ‘a bloc’. Houve ataques do Mateo
[Jorgenson] e do Jonas [Vingegaard]. Eles puseram toda a gente no limite.
Quando viram que o Jonny [Narváez] estava lá para fechar... ele fez um trabalho
muito bom. Começámos a controlar um pouco o grupo. Mas é claro que ninguém quer
perder um segundo num final como este”.
Pogacar também descreveu o
momento do acidente com Johannessen, ciclista da Uno-X Mobility: “Eles começam
a atacar e os outros começaram a segui-los. Infelizmente, um ciclista (Tobias
Johannessen) decidiu atravessar a estrada da esquerda para a direita. Não sei,
ele não me viu. Cortou-me completamente a roda da frente. Felizmente, só me
rasgou um bocado de pele. Quando vi o passeio, assustei-me, pois is com a
cabeça diretamente para o passeio”.
Apesar do susto, Pogacar não
aparentava lesões graves, mas a preocupação para os próximos dias mantém-se,
dada a sequência de etapas de montanha com final em alto, incluindo a subida ao
Hautacam. “Felizmente consegui parar antes do passeio. Amanhã é um grande dia.
Esperemos. Veremos como recupero. Normalmente no dia seguinte a uma queda nunca
estamos no nosso melhor. Mas amanhã vou dar o meu melhor e veremos. Penso que
como equipa, estamos prontos para o Hautacam”.
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