Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A 11ª etapa da Volta a França
teve de tudo: ataques entre favoritos, drama na luta pela geral, quedas, um
ritmo infernal e, no final, uma consagração improvável. Jonas Abrahamsen coroou
uma fuga de luxo com a maior vitória da sua carreira, batendo Mauro Schmid num
sprint a dois, após uma jornada completamente imprevisível.
Anunciada como a etapa mais
plana da segunda semana, o perfil montanhoso não previa grandes dificuldades
nas primeiras horas. Ainda assim, o que se viu foi um autêntico vendaval de
ataques e uma velocidade absurda desde o quilómetro zero. O pelotão do Tour não
deu tréguas e a etapa acabou por terminar bastante antes da previsão, com média
horária muito elevada.
Com um início sem grandes
subidas, o caos instalou-se com múltiplas tentativas de fuga. Um pequeno grupo
acabou por destacar-se, mas não teve liberdade total, já que a luta pela frente
da corrida foi travada metro a metro
Acabariam por destacar-se
cinco corredores com credenciais ofensivas: Jonas Abrahamsen, Mauro Schmid,
Fred Wright, Davide Ballerini e Mathieu Burgaudeau. Atrás, a 65 quilómetros da
meta, surgiu uma jogada inesperada: Jonas Vingegaard e Ben Healy lançaram um
ataque que apanhou desprevenido o grupo da geral. Remco Evenepoel e Tadej
Pogacar foram forçados a reagir, num momento de tensão que dividiu o pelotão em
vários grupos.
A Visma tentava surpreender
com uma movimentação ousada, na qual Wout van Aert desempenhou um papel táctico
determinante. A meio da confusão, outro grupo poderoso conseguiu sair do
pelotão, com nomes como Mathieu van der Poel, Van Aert, Quinn Simmons, Arnaud
De Lie e Axel Laurance. Com isso, dois quintetos formaram-se na frente,
disputando a vitória de etapa, enquanto a Israel Premier-Tech e Groupama-FDJ
tentavam sem sucesso controlar a perseguição.
A diferença entre os dois
grupos estabilizou nos 30 segundos e o grupo perseguidor não conseguia encurtar
distâncias. Na penúltima subida do dia, Jonas Abrahamsen lançou um ataque
decidido, seguido apenas por Mauro Schmid. O duo chegou ao topo da subida final
com vantagem e manteve-se na dianteira. Quinn Simmons tentou a ponte, mas
falhou e na última subida, Van der Poel atacou com força para deixar Van Aert e
De Lie para trás, passando o topo com 25 segundos de desvantagem, já dentro dos
últimos 10 quilómetros.
O holandês lançou-se numa
perseguição determinada, reduzindo gradualmente a diferença, mas os seus
esforços foram inglórios. Não conseguiu alcançar o duo da frente e foi Jonas
Abrahamsen quem bateu Schmid no sprint final, triunfando de forma merecida após
uma exibição de raça.
Atrás, ainda houve drama
adicional: Tadej Pogacar caiu a 4 quilómetros da meta, alimentando segundos de
tensão numa corrida já de si explosiva. Apesar disso, houve consenso e fair
play no grupo dos favoritos e o líder da UAE Team Emirates - XRG recuperou a
sua posição no pelotão, que chegou pouco mais de três minutos depois do
vencedor.
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