Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Amanhã vai para a estrada mais
uma etapa da Volta a Itália de 2025, a 13ª, pelo que vamos fazer a antevisão da
jornada que espera o pelotão.
A tirada ligará Rovigo a Vicenza, num total de 180 quilómetros, com chegada ao icónico Monte Berico. Não é um dia de grandes subidas, mas o perfil técnico e o final explosivo prometem tensão e alguns cortes. A última subida, embora curta, poderá fazer estragos e provocar diferenças entre os candidatos à Camisola Rosa.
A maior parte do percurso
desenrola-se em terreno plano e rápido, o que permitirá aos ciclistas guardarem
energias para a parte final. No entanto, os últimos 25 quilómetros concentram
praticamente toda a ação do dia.
A primeira passagem pelo Monte Berico acontece a 21 quilómetros da meta. Segue-se a subida de Arcugnano, com 1,8 km a 6,6% de inclinação média, localizada a 11 km do fim. Finalmente, a chegada ao topo do Monte Berico, com os seus 800 metros a 8%, impõe um esforço curto e violento, totalmente anaeróbico, que se adequa na perfeição aos puncheurs.
Esta configuração abre a
possibilidade de uma fuga bem-sucedida, mas também poderá ser um terreno fértil
para ataques táticos entre os homens da geral, sobretudo se houver equipas
interessadas em partir o grupo antes da subida final. A chegada, localizada na
cidade de Vicenza, é também uma das mais espectaculares desta edição.
O Tempo
O pelotão poderá encontrar algumas estradas molhadas no caminho para Vicenza, por causa da chuva que caiu esta quinta-feira. O vento será fraco e não terá grande influência na corrida.
Os
Favoritos
O final em rampa será um teste
importante para os homens da geral. As bonificações e a possibilidade de
vitória de etapa no topo aumentam a tensão e tudo indica que haverá diferenças
entre os principais nomes. O esforço explosivo favorece, em teoria, Primoz
Roglic, embora subsistam dúvidas quanto à sua forma em finais deste tipo. A
colocação será determinante e a Red Bull - BORA - hansgrohe poderá ter aqui uma
oportunidade para executar uma boa estratégia.
No entanto, Isaac del Toro tem demonstrado uma aceleração muito forte e a subida curta poderá jogar ainda mais a seu favor. O mexicano está em excelente forma e não surpreenderia vê-lo a superar Roglic num esforço anaeróbico. Juan Ayuso, Richard Carapaz e Giulio Ciccone também são especialistas neste tipo de finais e partem como sérios candidatos à vitória. Espera-se que estas equipas assumam o controlo do pelotão na subida e que grande parte do top-10 da geral esteja envolvida na disputa.
Sprinters
com perfil misto e incógnitas tácticas
A principal incógnita do dia
será perceber até que ponto alguns sprinters poderão resistir e disputar a
etapa. Wout van Aert, embora não seja um sprinter puro, tem potência e
resistência suficientes para brilhar neste tipo de subida curta. O mesmo se aplica
a Mads Pedersen, que já mostrou capacidade em finais semelhantes. Paul Magnier
poderá também tentar a sua sorte, embora o esforço final possa ser mais
exigente para o jovem francês.
Outro fator a considerar será
o papel tático de Van Aert e Pedersen: estarão a correr para si próprios ou a
trabalhar para Simon Yates e Giulio Ciccone? Essa escolha poderá redefinir o
desfecho. Ciclistas como Corbin Strong e Orluis Aular, se bem posicionados,
também poderão aproveitar o esforço final.
Puncheurs
e outsiders com carta branca
Esta é uma das etapas mais
favoráveis aos puncheurs puros em toda a edição e muitos deles não quererão
desperdiçar a oportunidade. Tom Pidcock é o nome mais sonante nesta categoria.
Já esteve perto de vencer e o perfil do Monte Berico encaixa perfeitamente nas
suas características. Esta pode ser a melhor e última oportunidade do britânico
para vencer uma etapa na Corsa Rosa deste ano.
A Astana poderá jogar com
Diego Ulissi e Christian Scaroni, que já mostraram boa forma e experiência em
finais técnicos. Entre os outsiders a ter em conta destacam-se Max Poole,
Edoardo Zambanini, Kevin Geniets, Paul Double e Quinten Hermans, todos com perfil
adequado a este tipo de chegada e com liberdade de ação.
Hipótese
de fuga: cenário incerto, mas possível
Embora não seja o cenário mais
provável, uma fuga bem organizada poderá surpreender. O terreno plano entre as
subidas reduz a eficácia das equipas na perseguição e se um grupo forte
conseguir isolar-se, poderá ser difícil de anular. No entanto, com tantas
equipas interessadas em disputar a etapa - seja porque a etapa é um objetivo,
seja por motivos de classificação geral - a possibilidade de sucesso da fuga
dependerá da composição do grupo e da gestão das equipas no pelotão.
Previsão
Volta a Itália 13ª etapa:
*** Isaac del Toro, Primoz
Roglic, Tom Pidcock
** Giulio Ciccone, Juan Ayuso,
Wout van Aert
* Mads Pedersen, Richard
Carapaz, Corbin Strong, Diego Ulissi, Simon Yates, Christian Scaroni, Edoardo
Zambanini, Antonio TIberi
Escolha: Isaac del Toro
Como: Sprint entre um grupo
composto por trepadores e puncheurs.
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