quinta-feira, 22 de maio de 2025

“Diretor da Volta a França sonha ver um Camisola Amarela a vencer nos Campos Elísios: "Isso garantirá o regresso da gloriosa incerteza do desporto"


Por: Ivan Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

A introdução da subida empedrada de Montmartre na etapa final da Volta à França 2025 gerou um intenso debate no mundo do ciclismo. Enquanto vários ciclistas expressaram preocupação com a segurança e a tradição, Christian Prudhomme, diretor da corrida, não hesita em defender a ousada decisão. Para o dirigente, trata-se de um momento histórico que visa expandir a lenda do Tour e celebrar os 50 anos da chegada aos Campos Elísios.

“Isto aumentará o prestígio do Tour em todo o mundo. Permite que o ciclismo expanda ainda mais a sua lenda”, afirmou Prudhomme ao Sporza. “Era óbvio para nós que queríamos fazer algo em grande para o 50º aniversário da primeira chegada nos Campos Elísios.”

 

Um final explosivo e simbólico

 

O novo circuito parisiense incluirá três voltas com passagem por Montmartre, com o último cume a apenas 6 km da meta, alterando radicalmente a tradicional abordagem ao sprint na última etapa. A mudança inspira-se na corrida de estrada dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, onde a subida desempenhou papel decisivo.

Prudhomme não esconde a ambição de ver algo inédito, ou quase, a acontecer:

“O meu sonho louco? Ver o regresso de uma vitória da camisola amarela nos Campos Elísios. O único a conseguir isso foi Bernard Hinault, em 1979 e 1982.”

O nome de Tadej Pogacar surge de imediato na equação, pela sua versatilidade, agressividade e capacidade de vencer em qualquer terreno — um perfil ideal para protagonizar esse feito.

 

Críticas de ciclistas e adeptos

 

No entanto, nem todos estão convencidos. Jonas Vingegaard, Wout van Aert e Jasper Philipsen já expressaram reservas quanto à segurança e ao carácter técnico do percurso, temendo que a mudança traga tensão e riscos desnecessários para o último dia da corrida, tradicionalmente mais cerimonial.

Prudhomme responde com um argumento histórico:

“O que é bom para o Tour é também bom para os campeões do Tour. Quando incluímos etapas de gravilha ou paralelos, também não impressionámos os ciclistas, mas hoje fazem parte do ADN da corrida.”

E conclui com uma comparação marcante:

“Em 1910, quando Henri Desgrange incluiu o Tourmalet e os Pirenéus, houve revolta. Agora fazem parte da lenda. É isso que continuamos a construir.”

 

Um novo capítulo na tradição

 

Com esta mudança, a organização da Volta à França mostra que está disposta a quebrar convenções e reinventar a tradição, mesmo num dos seus momentos mais simbólicos. Resta saber se os corredores — e os espectadores — vão abraçar a ideia com o mesmo entusiasmo. O certo é que Montmartre entrará definitivamente para a história da corrida em 2025.

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