Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Tadej Pogacar tem dominado o
ciclismo mundial nos últimos anos, afirmando-se não só como o melhor da sua
geração, mas também como um dos maiores talentos de sempre. Com uma ascensão
meteórica que inclui triunfos em Grandes Voltas, Monumentos e inúmeras outras
vitórias de prestígio, é natural que o esloveno tenha estado sob o radar de
várias equipas desde os seus tempos de júnior. Uma delas foi a Soudal -
Quick-Step, como recordou recentemente Patrick Lefevere, numa revelação curiosa
sobre os primeiros tempos do fenómeno de Komenda.
Na sua habitual coluna no Het
Nieuwsblad, o histórico dirigente belga contou que enviou Joxean Matxin – hoje
diretor da UAE Team Emirates – até à Eslovénia para avaliar de perto um jovem
que começava a dar nas vistas. No entanto, a primeira impressão de Matxin
esteve longe de ser entusiasmante.
“Quando lá chegou e começou a
observar, viu que o Pogacar estava no fim do grupo. Ligou-me e disse: ‘Será que
vim até à Eslovénia por causa de um miúdo que está a ser deixado para trás?’”,
contou Lefevere, com um sorriso. “O treinador local respondeu: ‘Espere um
pouco. Ele está prestes a dar a volta a toda a gente, senhor’”.
Foi exatamente isso que
aconteceu. Pogacar acelerou, ultrapassou o pelotão inteiro e deixou claro, já
nessa altura, que o seu talento era absolutamente fora do comum. Matxin
regressou com um relatório entusiasta. A Quick-Step tinha detetado uma pérola.
Mas por que razão não avançou
a equipa belga para a contratação? Lefevere admite que, apesar do bom
relatório, a oportunidade escapou-se por motivos práticos: “Não tínhamos muito
dinheiro disponível nem havia muitos lugares no nosso plantel. É fácil olhar
para trás e dizer que foi uma grande oportunidade perdida, mas naquela altura
não era assim tão evidente”.
Hoje, Pogacar é bicampeão da
Volta a França, campeão do mundo e vencedor de três Monumentos diferentes. E a
Quick-Step continua à procura de um novo líder para as Grandes Voltas.
“É o que é”, conclui Lefevere.
“Não se pode ganhar sempre".
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