Por. AMG // AJO
Fonte: Lusa
Nelson Oliveira despediu-se
hoje emocionado dos Jogos Olímpicos, assumindo que a sua quarta participação
será, provavelmente, a última como ciclista, e que sai de cabeça erguida de
Paris2024, depois de ter dado tudo.
“Os primeiros Jogos Olímpicos,
tanto meus como do Rui [Costa], foi em Londres, e aqui terminámos em Paris,
provavelmente os nossos últimos Jogos Olímpicos. Mas saímos acho que de cabeça
erguida. Infelizmente, as coisas não correram como nós esperávamos, é verdade.
Esperávamos dar outra alegria aos portugueses, mas infelizmente não foi
possível”, começou por dizer o primeiro ‘diplomado’ português na capital
francesa.
Sétimo no contrarrelógio há
uma semana, Nelson Oliveira foi hoje 33.º na prova de fundo, a 03.42 minutos do
vencedor, o belga Remco Evenepoel.
“Demos o nosso melhor e
tentámos tudo para sair daqui bem e saímos, acho eu. […] A ideia era tentar
ajudar o Rui no máximo possível, infelizmente ele teve um pequeno furo na parte
final, conseguiu terminar, mas é assim o ciclismo, por vezes as coisas não saem
como a gente deseja”, lamentou.
O recordista de participações
olímpicas no ciclismo português – tem quatro – reconheceu que “as coisas
seguramente podiam ter corrido melhor hoje”, no entanto “as sensações não foram
as melhores”.
“Mas sei que deixei tudo na
estrada, não podia ter feito melhor”, assegurou, assumindo que o seu objetivo
sempre foi conquistar o diploma no contrarrelógio, além de tentar ajudar Costa,
que hoje foi 46.º, “o máximo possível”.
Depois de ter parabenizado
Evenepoel, que na sua opinião já se tornou “uma lenda”, Oliveira agradeceu aos
portugueses pelo apoio que deram à dupla lusa do ciclismo de estrada nestes
Jogos Olímpicos.
“As emoções são fortes aqui,
sobretudo em Paris. O público foi extraordinário e um ambiente brutal. Resta
chegar a casa”, onde não vai há seis semanas, acrescentou.
Emocionado, ‘Nelsinho’ revelou
que os olhos ‘embaciados’ se deviam ao cansaço, mas também às emoções e ao
sentimento de dever cumprido.
“São os meus últimos Jogos
Olímpicos e desfrutei sobretudo da atmosfera que havia em Paris. O público foi
uma coisa extraordinária, emoções muito fortes que passei neste último
circuito, por serem provavelmente as minhas últimas Olimpíadas”, confessou.
Aos 35 anos, o ciclista de
Vilarinho do Bairro (Anadia) concedeu que não sabe se a sua história olímpica
termina aqui, mas mostrou-se convencido de que, como ciclista, Paris2024
marcará a sua despedida.
“O futuro o dirá e vamos
seguir trabalhando”, concluiu.
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