Ciclista colombiano de 37 anos decidiu retirar-se no final da época, encarando as provas deste ano como uma verdadeira tournée de despedida
Por: Lusa
Foto: EPA
Rigoberto Urán fartou-se da
vida de ciclista e vai encostar a bicicleta no final da temporada,
expectavelmente após uma boa prestação no Tour e de somar mais vitórias, mas
promete continuar a aparecer nas corridas no papel de "desocupado".
O colombiano da EF
Education-EasyPost é um personagem: verdadeiro ídolo de massas no seu país,
fala com todos os que o abordam, rejeita sugestões para comprar uma casa na
Galiza, "porque faz muito frio",
e desarma qualquer um com a sua descontração.
"Por
que decidi retirar-me? Porque já perdi 20 anos com o ciclismo e creio que há
que encarar outra etapa da minha vida",
responde à agência Lusa, com boa disposição.
Duas vezes segundo no Giro
(2013 e 2014) e vice-campeão do Tour2017, o ciclista de 37 anos decidiu
retirar-se no final da época, encarando as provas deste ano como uma verdadeira
tournée de despedida, digna de alguém que, n'O Gran Camiño, rivaliza em
popularidade apenas com Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) e o compatriota
Egan Bernal (INEOS), dois campeões da Volta a França.
"Todas
estas provas me entusiasmam. Logicamente, nas corridas em que vou participar,
quero dar o meu melhor. Cada prova é uma oportunidade para a minha equipa e
para mim. Tratarei de procurar uma vitória de etapa, uma classificação ou dar o
meu contributo para que a equipa possa ganhar",
enumerou.
Com 14 vitórias no currículo,
entre as quais se destacam duas etapas na Volta a Itália e outra na Grande
Boucle, e uma dezena de presenças entre o top 10 nas grandes Voltas - um dado
relevador da sua consistência nas corridas de três semanas -, Rigo já não tem
nada a provar, pelo que o seu principal objetivo na última temporada no pelotão
é "dar muito à equipa",
que representa há nove anos.
"Em
princípio, vou estar no Tour. Espero estar muito bem aí e lutar por uma etapa,
andar em fuga, o que seja", antecipou à Lusa.
Muito solicitado pelo público
da prova galega, Urán garante que os seus fãs não terão tempo para sentir a sua
falta, porque vai "continuar a aparecer
nas corridas".
"Não
como ciclista. Não sei como... Como diretor, não. Trabalham muito. Não, não,
não. Virei como desocupado [ou vago, na expressão em castelhano]",
brincou, parecendo satisfeito com a ideia que acabou de ter.
Nesta tournée de despedida, o
colombiano espera coincidir em prova com o seu novo companheiro, o português
Rui Costa, que reencontrou após ambos terem representado a Caisse d'Epargne em
2009 e 2010, no início das suas carreiras.
"É
um bom companheiro, também está velho como eu. Esperemos que se recupere rápido,
porque teve uma queda feia [na Volta ao Algarve]",
concluiu.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário