Em causa as receções em Belém por exemplo o ciclista Iúri Leitão
Por: Lusa
Foto: Lusa
O ciclista Iúri Leitão,
campeão mundial de omnium, e os canoístas João Ribeiro e Messias Baptista, ouro
no K2 500 metros dos Mundiais de Duisburgo, questionaram esta quinta-feira os
critérios do Presidente da República para receber atletas.
"Como
já tive a oportunidade de dizer anteriormente, se vier a ser recebido, acho que
já é bastante tarde. Tenho todo o gosto em lá ir [a Belém], se um dia for
convidado pelo Presidente da República. Mas acho que já vai bastante tarde, uns
anos atrasado", defendeu Iúri Leitão.
O primeiro ciclista português
a sagrar-se campeão mundial na pista em elites ainda não foi convidado por
Marcelo Rebelo de Sousa a ir a Belém, ao contrário do que aconteceu com a
seleção feminina de futebol, que conquistou uma inédita presença em Mundiais,
mas foi eliminada logo na fase de grupos, e da seleção nacional de râguebi, que
também caiu na primeira fase da sua segunda presença em campeonatos do mundo.
"Senti
que eles mereceram, tal como eu devia ter merecido ir. Acho que o Presidente
faz bem em destacar os desportos que estão a crescer, e que se têm popularizado
muito no país. Por vezes, nem sempre o resultado é o mais importante, mas a
dedicação de atletas que muitas vezes nem são profissionais... Estarem
presentes em campeonatos do mundo é muito louvável",
destacou.
O corredor vianense, de 25
anos, acredita que "merecia o mesmo
reconhecimento e estar no mesmo patamar dos outros desportos".
A polémica quanto ao critério
de receção de atletas por parte do Presidente da República foi suscitada por
Fernando Pimenta, em agosto, nos Mundiais de Duisburgo.
"Sinceramente,
deveria haver maior critério para ser recebido pelo Presidente da República.
Fui o único medalhado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio2020 que não
foi recebido, justificando que já tinha aquela condecoração",
ilustrou o canoísta, em declarações à RTP.
O campeão do Mundo em K1 1.000
metro acabaria mesmo por ser recebido por Marcelo Rebelo de Sousa, em outubro,
numa cerimónia à porta fechada, precisamente no mesmo dia em que a seleção de
râguebi foi condecorada num evento público no mesmo local.
Quem também ainda não foi
recebido pelo chefe de Estado foram os outros dois campeões mundiais em
modalidades olímpicas deste ano, os canoístas João Ribeiro e Messias Baptista.
"O
mais triste é a falta de critério que há. Não é por ser o João, o Messias, ou o
Fernando [Pimenta], é a falta de critério que há para receber uma distinção do
senhor Presidente da República", argumentou João Ribeiro.
Porta-voz do duo campeão
mundial em K2 500 metros, Ribeiro disse que os canoístas não querem "fazer pressão sobre ninguém".
"Nem
queremos ser recebidos por estar a falar sobre isso. Queremos ser recebidos
quando assim o entenderem", concluiu.
A agência Lusa questionou a
Presidência da República sobre os critérios de condecoração dos desportistas
por Marcelo Rebelo de Sousa, mas não obteve resposta.
Fonte: Record on-line
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