quarta-feira, 16 de agosto de 2023

“Volta a Portugal dia de descanso subir à cidade mais alta de Portugal Guarda viveu etapa da volta RTP”


A jornada de repouso na Volta a Portugal é sinónimo de animação cicloturista na cidade que acolhe o Dia de Descanso. Na Guarda, mais de 900 cicloturistas, um record de inscrições, participaram, esta quarta-feira, na Etapa da Volta RTP, iniciativa da Podium Events que organiza a 84ª Volta a Portugal Continente. O evento teve partida e chegada ao local onde na véspera Artem Nych conquistou a liderança da prova. É uma tradição que vem desde 2007 coincidindo com a folga do pelotão e possibilitando aos cicloturistas e amantes da Volta um dia diferente em que podem usufruir das estruturas da competição pedalando num percurso delineado, tal e qual, como se fosse uma etapa dos profissionais. 

A 16ª edição da Etapa da Volta RTP com um percurso de 75 quilómetros partiu do centro da Guarda em ritmo de passeio passando por algumas das mais belas paisagens do município onde se incluiu parte do trajeto percorrido pelos profissionais na etapa que ligou Penamacor à Guarda. Na freguesia de Porto da Carne os participantes tiveram a paragem de reabastecimento. No regresso à cidade mais alta de Portugal, as últimas duas dezenas de quilómetros não tiveram restrições de andamento como até ali e foram feitas em “Roda Livre”, ou seja, o passeio deu lugar à competição andando cada participante ao ritmo que melhor entendeu. Os mais competitivos encetaram, desde logo, uma corrida para ver quem chegava primeiro à Guarda e superava a difícil subida de paralelo antes da meta.



Os Vencedores

 

Filipe Oliveira foi o vencedor da 16ª Etapa da Volta RTP. Trata-se de um repetente no evento com vitórias em 2017 e 2018. Com o equipamento Osteofil Cycling Team disse, após a cerimónia de pódio, que veio em boa forma. “Participei no Campeonato do Mundo de Ciclismo de Masters e sabia que podia ter um bom desempenho. Fico satisfeito pelo resultado, mas o mais importante é o companheirismo, encontrar amigos de vários pontos do país e desfrutar da bicicleta e das paisagens”.



Do lado feminino, a primeira atleta a concluir a prova na Guarda foi a uruguaia Mariana Garcia Britos da equipa Maiatos. "Tenho treinado subidas, há cerca de um mês fui treinar na Serra da Estrela para melhorar o meu ponto fraco, porque sou uma ciclista de pista. Para mim isto é um grande desafio, porque venho de um país plano [Uruguai], mas nada é impossível. Estou a trabalhar para ir à Volta a Portugal Feminina".

A Etapa da Volta, assim como o Concerto da Volta com o artista Agir, na noite anterior e que juntou centenas de pessoas no largo da Sé, foram os momentos mais significativos vividos na Guarda no âmbito do Dia de Descanso.



Análise e Comentário à Volta 2023 

 

Aproveitando o repouso do pelotão, Joaquim Gomes, o diretor de prova fez um balanço da primeira metade da competição perspetivando igualmente o que falta correr até Viana do Castelo, onde a prova termina no próximo domingo.


“Tivemos uma equipa que foi claramente dominadora na fase mais fácil da volta, mas ao entrarmos nestas duas últimas etapas que nos trouxeram até aqui já com montanha assistimos a uma Volta diferente e a um grande espetáculo não havendo uma equipa dominadora. O cenário não podia ser melhor para o que resta da prova. Tiro o chapéu à equipa da Glassdrive que com enorme esforço conseguiu chegar à liderança, mas que deixa em aberto a possibilidade da concorrência poder lutar pela vitória até ao final da corrida.


Temos daqui para a frente etapas com elevado índice de dificuldade, o Larouco Fafe, em particular a Senhora da Graça e um contrarrelógio que foi, talvez, dos maiores desafios da minha vida. Não me canso de repetir que a Volta a Portugal foi obrigada, em virtude da Jornada Mundial da Juventude, a mudar de data, mas conseguimos acertar na mouche com o principal evento das Festas da Senhora da Agonia, a Procissão ao Mar, em Viana do Castelo. O dia 20 de agosto será memorável. O contrarrelógio final adquiriu pelas vicissitudes que tivemos de enfrentar como as condicionantes do percurso, um cariz de crono escalada. A última etapa da Volta vai este ano ironicamente, contribuir, ainda mais, para a competitividade da prova.


Espero efetivamente por volta das 20h00 do próximo 20 de agosto, poder encerrar esta octogésima quarta edição da Volta a Portugal Continente com muito sucesso”.

Joaquim Gomes também se pronunciou sobre o regresso do Algarve ao mapa da competição este ano.

“É sempre importante. O Algarve é, desde sempre, uma das regiões mais representativas da Volta a Portugal. E mesmo que isso não fosse é preciso não esquecer que existem duas equipas em competição na prova que são algravias, portanto é quase uma obrigação, pelo menos pontualmente, quanto mais não seja em cada mandato autárquico, tentarmos ir ao Algarve. Desta vez acabámos também por assinalar uma importante efeméride, os 100 anos do Louletano Desportes Clube, equipa que também já ganhou a Volta a Portugal e eu tive o orgulho de representar e fazer parte dessa formação vencedora. Portanto, juntámos o útil ao agradável e alargamos a mancha da Volta no território nacional. Temos que reconhecer que a Volta só tem 12 dias, o que não nos permite criar a marca dos anos áureos em que a corrida tinha três semanas”.


 

Volta continua a Subir

 

A 84ª Volta a Portugal Continente regressa à estrada esta quinta-feira com a 7ª etapa. O retorno à competição é feito em Torre de Moncorvo a partir das 12h40 quando for dada a Partida simbólica dos 162,6 quilómetros que levam a corrida até à transmontana Montalegre e à Serra do Larouco, a segunda montanha mais alta em Portugal. Será uma etapa novamente para trepadores com os Prémios de Montanha equitativamente distribuídos ao longo do dia. 

Com apenas 20 quilómetros nas pernas, o pelotão tem na passagem por Vila Flôr uma contagem de segunda categoria. No Alto do Barracão há montanha de terceira e antes da subida final será a passagem em Torneiros, de primeira categoria, a 40 quilómetros da chegada, que deverá selecionar o grupo que vai atacar a fase decisiva. A subida à Serra do Larouco, em Montalegre, tem 9,5 quilómetros e proporciona sempre um final de etapa fantástico e muito competitivo. As Metas Volantes bonificadas estão em Valpaços, Boticas e Montalegre.

Fonte: Podium

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