Ciclista uruguaio regressou às vitórias no Grande Prémio Anicolor há 10 dias, triunfo que lhe devolveu a confiança perdida
Por: Lusa
Foto: FP Ciclismo
Mauricio Moreira acredita que
aprendeu com os erros do passado e chega à 83.ª Volta a Portugal com "a
ideia de fazer uma boa" corrida, apesar de não ter tido "o melhor ano
até ao momento".
"É lógico que depois do
ano passado, tenho a ideia de fazer uma boa Volta. Trabalhei para isso, apesar
de não ter o melhor ano até ao momento, mas acredito que pode correr bem",
declarou o uruguaio da Glassdrive-Q8-Anicolor aos jornalistas, à margem da
apresentação das equipas da 83.ª edição, que arranca esta quinta-feira com um
prólogo em Lisboa.
Discreto durante toda a
temporada, o ciclista de 27 anos, regressou às vitórias no Grande Prémio
Anicolor há 10 dias, um triunfo que lhe devolveu a confiança perdida.
"Para mim, significou
muito, foi praticamente uma viragem antes desta Volta. Mudou muito a forma de
ver as coisas, até aí estava a ver tudo muito 'escuro', não conseguia ver com
esperança o que ia ser a Volta. Mas acho que daí para à frente posso ver de
outra maneira", assumiu.
Depois de perder a Volta para
Amaro Antunes (W52-FC Porto) no ano passado por apenas 10 segundos, mais por
'culpa' pessoal do que por mérito do adversário-foi penalizado em 40 segundos
por duplo abastecimento irregular na etapa da Torre e caiu no contrarrelógio
final, cujo percurso só reconheceu uma vez, Moreira garante ter aprendido com
os erros.
"Aquela queda do ano
passado foi um erro do momento, não é nada que se possa trabalhar ou corrigir.
Sem dúvida que de tudo se aprende. Dos erros, mais do que tudo. Não sei se
venho mais forte fisicamente, mas com certeza esses erros não vou voltar a
cometer. E espero que não cometer esses erros seja uma ajuda mais à procura de
vencer a Volta", acrescentou.
O vice-campeão de 2021 é
apenas um dos homens que a fortíssima Glassdrive-Q8-Anicolor tem para lutar
pela vitória final, embora Frederico Figueiredo aponte o seu colega de equipa
como o verdadeiro chefe de fila.
"Partimos com um foco que
é o Mauricio como líder e, depois, o desenrolar da corrida irá decidir",
disse o quinto classificado da passada edição.
Apontado como um dos
candidatos, Fred assume sentir-se bem com a pressão, que é "a normal"
antes de "começar mais uma Volta a Portugal" e de estar "numa
equipa como a Glassdrive-Q8-Anicolor, que tem sempre uma palavra a dizer nas
corridas todas em que participa".
"Não temos tantas
chegadas em alto como no ano passado, mas temos uma chegada muito dura, que é a
de Miranda do Corvo, que poderá fazer muitas diferenças. Nós fomos reconhecer
essa etapa e são 10 quilómetros, mas, se calhar, vai fazer mais diferenças do
que a serra [da Estrela] ou a Senhora da Graça, porque é mesmo muito dura. Acho
que essa etapa vai ser um dos grandes espetáculos da Volta. É um local novo, de
certa forma foi um local bem escolhido", avaliou ainda o trepador de 31
anos.
Já Alejandro Marque, a
despedir-se da Volta e do ciclismo este ano, confessou que "seria
espetacular acabar com um bom resultado".
"Está claro que o
objetivo principal para mim este ano é desfrutar o dia-a-dia. São muitas Voltas
a Portugal e quero acabar e desfrutar do público, dos adeptos, de toda a gente
que me apoiou ao longo da minha carreira. Vai ser uma Volta a Portugal emotiva
para mim e, evidentemente, se puder fazer um bom resultado, aí estarei",
disse o campeão de 2013.
Terceiro classificado no ano
passado (e também em 2015), o veterano espanhol do Atum General-Tavira-Maria
Nova Hotel, de 40 anos, reconheceu que "há ciclistas que estão num patamar
um bocadito mais alto" do que ele neste momento.
"Eu chego aqui como uma
incógnita. Atravessei vários problemas físicos durante o ano que tive de
ultrapassar. Tenho treinado bem. Vamos ver como o corpo reage aos múltiplos
esforços e se me sentir com pernas, vou aproveitar a oportunidade",
rematou Alex.
Outro homem que já sabe o que
é estar no pódio final da Volta a Portugal é o também espanhol Vicente García
de Mateos, que regressou à Aviludo-Louletano-Loulé Concelho por acreditar que
pode repetir os momentos de glória que viveu na equipa algarvia.
"Por isso voltei, para
isso me preparei. Eu e toda a equipa. Trabalhámos toda a época para tentar
voltar, no mínimo, ao nível de 2018", revelou.
Promovido ao estatuto de
vice-campeão das edições de 2017 e 2018, após a desclassificação por doping de
Raúl Alarcón (W52-FC Porto), o líder da Aviludo-Louletano-Loulé Concelho encara
esta Volta "com ambição", como sempre fez.
"Penso que nos últimos
anos faltou essa ambição. Penso que estou de volta, quero sair-me bem,
preparei-me bem e penso que pode ser um ano bonito e que poderemos desfrutar
nesta Volta", pontuou, antes de confessar que gostava de vestir a camisola
mais apetecida da 83.ª edição: "Sempre sonhei, nunca consegui, nunca a
vesti nem por um dia e, claro, é um sonho meu e da equipa vestir a
amarela".
Joaquim Silva (Efapel), por
outro lado, tem sonhos mais modestos, admitindo que um lugar "nos cinco
primeiros já seria um resultado muito bom".
"É a Volta a Portugal,
toda a gente se prepara muito bem, é um nível muito alto, e temos que estar
cientes que podemos fazer um bom resultado, mas com os pés na terra",
defendeu.
A 'estrear-se' no lote de
candidatos, Silva garante lidar bem com a pressão extra.
"Acho que com o passar
dos anos fui lidando cada vez melhor. Agora, dão-me como favorito, mas a
estrada é que mete cada ciclista no seu lugar. Aqueles que são chamados de favoritos
temos todos o mesmo objetivo, vão todos dar o máximo", concluiu.
A 83.ª Volta a Portugal
disputa-se entre hoje e 15 de agosto, num total de 1.559,7 quilómetros, de
Lisboa a Gaia.
Fonte: Record on-line
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