Por: SIF // RPC
O ciclista português João
Almeida admitiu hoje que quer lutar de novo pela Volta a Itália no ano de
estreia na UAE Emirates, na qual terá um papel direto como líder, o que lhe
traz “uma pressão boa”.
“O Giro é
o meu grande objetivo. Todas as corridas e preparativos [até lá] serão focadas
no Giro, a que espero chegar na minha melhor forma. Também quero discutir
outras corridas e conseguir bons resultados”,
declarou o ciclista, de 23 anos, em conferência de imprensa virtual, a partir
de Espanha, onde a equipa está concentrada.
Depois de um quarto lugar em
2020 e sexto de 2021, o português volta à ‘corsa
rosa’, em que se mostrou ao mundo do ciclismo, ao serviço da
Deceuninck-QuickStep, que deixou no final do ano passado.
Na UAE Emirates, tem vivido
uma “grande mudança”, mas “muito positiva”, mostrando-se “feliz com a equipa” e em processo de
adaptação à formação dos Emirados Árabes Unidos, pela qual também correm os
compatriotas Rui Costa, Rui Oliveira e Ivo Oliveira.
Para já, e até correr o Giro,
que arranca em 06 de maio, o calendário tem como principais destaques o
Paris-Nice e a Volta à Catalunha, corridas que servirão de preparação, mas nas
quais também quer “bons resultados”.
O traçado da primeira grande
Volta do ano, entretanto, tem menos contrarrelógio do que “seria ideal”, admitiu o especialista, “mas é o que é”.
“No final
de contas, terá muita montanha. No cômputo geral, as grandes voltas decidem-se
nas subidas”, atirou.
Depois de ‘despontar’ em 2020, com 15 dias como
camisola rosa da Volta a Itália, o ano de 2021 do português trouxe as primeiras
vitórias entre a elite, ao triunfar na Volta ao Luxemburgo e na Volta à Polónia
e ao sagrar-se campeão nacional de ‘crono’,
entre outros resultados de destaque.
Ainda um ciclista jovem,
mostrou abertura para poder “aprender com
todos” os colegas de equipa, sentindo “muita confiança” depositada nas suas
qualidades e elogiando Rui Costa, com quem tem treinado.
Quanto ao esloveno Tadej
Pogacar, que venceu as últimas duas edições da Volta a França e agora é seu
colega de equipa, não poupa nos elogios: É “um
dos melhores ciclistas de sempre, não só do presente”, observou.
“Será um
prazer correr com o Tadej. (...) Ele é único. Poder correr e aprender com ele,
estar nesta equipa e também ajudá-lo a vencer corridas, faz-me sentir bem e
motiva-me para o futuro”, admitiu.
Ainda assim, e questionado
sobre isso, não revelou se poderá passar pelos seus planos correr o Tour ao
lado do esloveno, mas admitiu que está em cima da mesa correr também a Volta a
Espanha, embora esteja dependente do desenrolar da temporada.
Para já, sente-se agradado com
“os treinos, a nutrição” e
toda a envolvente técnica, nos primeiros tempos com novas cores, e sente-se “a melhorar”, mesmo que tenha existido uma
mudança de “abordagem” a todos
os fundamentos, dada a diferença entre a antiga equipa e a nova.
O sucesso, e o novo papel de
destaque na equipa, em que será um líder assumido por todos, incluindo pelo
diretor desportivo, em várias corridas, a começar pelo Giro, traz “alguma pressão”, ainda mais quando vem
junto com um primeiro ano em novas condições.
“É uma
pressão boa, com a qual consigo lidar. Dá personalidade e ajuda a manter o
foco. Temos noção das responsabilidades, do trabalho”,
comentou.
A presença de colegas de
equipa portugueses, dos irmãos Oliveira, que também correram pela
norte-americana Hagens Berman Axeon, à semelhança do ciclista das Caldas da
Rainha, a Rui Costa, torna “mais fácil
comunicar e trabalhar em equipa”.
“Estamos
na mesma página, e é sempre bom falar português, dá outro ambiente. Mas, no
geral, em toda a equipa, somos todos amigos”,
revelou.
Fonte: Lusa
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