Diretor desportivo da equipa algarvia aborda contratação do ciclista galego para 2021
Por: Lusa
Foto: Filipe Farinha
A contratação do ciclista espanhol
Gustavo Veloso, vencedor das edições de 2014 e 2015 da Volta a Portugal,
aumenta a exigência da Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel, admitiu esta
quinta-feira o diretor desportivo Vidal Fitas.
"Uma coisa é ter alguém,
como o Frederico [Figueiredo], que poderia ser um candidato a ganhar uma Volta
a Portugal. Outra é ter um candidato que já a ganhou. Dá uma responsabilidade
diferente e passamos a ter outros holofotes voltados para nós, mas já sabemos
como reagir nestas situações", explicou à agência Lusa o técnico.
Gustavo Veloso, de 40 anos,
lidera o quarteto de reforços dos algarvios, depois de cinco temporadas ao
serviço da W52-FC Porto, num total de oito na mesma estrutura, com as passagens
anteriores por OFM-Quinta da Lixa (2013-2014) e W52-Quinta da Lixa (2015).
"Soubemos da sua vontade
em ir para um projeto no qual fosse líder e pudesse lutar pela Volta a Portugal
sem contingências de equipa. Apresentámos a nossa ideia e ele aceitou. A Volta
é o principal objetivo e não descuramos outros. Não seremos favoritos, mas
vamos ter as nossas armas e assumiremos a nossa quota-parte sem rodeios",
vincou.
Na sessão ocorrida na sede da
indústria de conservas de peixe Ramirez, em Matosinhos, também foram
apresentados Rafael Lourenço (ex-Kelly-Simoldes-UDO), Emanuel Duarte (ex-LA
Alumínios--LA Sport) e o espanhol Samuel Blanco (ex-Supermercados Froiz).
"São três jovens
inseridos na nossa conceção de futuro, até porque o Gustavo [Veloso], o
[Alejandro] Marque ou o David Livramento não são eternos. Temos de preparar
toda a renovação de atletas veteranos, pelo que fomos buscar três bons atletas,
que vão tendo credenciais bastante importantes no ciclismo nacional e não
só", justificou Vidal Fitas.
O diretor desportivo da Atum
General-Tavira-Maria Nova Hotel valoriza a presença do ciclista mais
consistente na última década na principal prova velocipédica nacional,
acreditando que ajudará a encurtar o período de aprendizagem dos talentos
jovens.
"Não sabes o que é lutar
por uma Volta a Portugal sem estares inserido numa equipa que lute por ela. É
totalmente diferente estares numa equipa em que vais fazer um bom lugar do que
em estar numa equipa que luta pelo triunfo. A pressão, o compromisso e outras
atitudes que se tomam durante a corrida são diferentes e tudo isso se
aprende", frisou.
Gustavo Veloso foi segundo na
última Volta a Portugal, atrás de Amaro Antunes, então companheiro de equipa na
W52-FC Porto, repetindo o desempenho de 2013 e 2016, e assume ter prolongado a
carreira de ciclista devido aos efeitos da pandemia de covid-19.
"Queria terminar a minha
carreira desportiva com o ciclismo que todos conheciam, com provas durante todo
o ano e adeptos nas saídas, nas chegadas e nas bermas. Este ano foi muito
estranho. Só tive 15 dias de competição, mais de metade na Volta. Fiquei com a
sensação de não me poder despedir do que foi a minha vida durante 20
anos", contou.
A decisão do ciclista galego
foi tomada "praticamente a meio" da última Volta a Portugal,
decorrida entre 27 de setembro e 05 de outubro, visando adquirir maior
liberdade competitiva em prol da terceira vitória na competição, "um sonho
que já faz tempo".
"Achei necessário mudar
para ter uma equipa à minha disposição e partilhar a liderança apenas com mais
um atleta, não com quatro ou cinco. Se um colega se colocava como líder de uma
corrida e com vantagem suficiente para assegurar a vitória, a minha posição
passava por afastar os interesses pessoais e pensar no melhor para a
equipa", lembrou.
Ávido por "sair em
grande" e com 12 vitórias em etapas, Gustavo Veloso privilegiou o convite
da Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel, considerando ser o "melhor
destino" na perspetiva financeira e desportiva.
"A nível de experiência,
tem um diretor desportivo que já discute a Volta a Portugal há muitos anos e
conseguiu ganhá-la quatro vezes [entre 2008 e 2011]. Tenho aqui um grande
amigo, o Alejandro Marque, que ajudou a inclinar a balança. Buscava um bom
ambiente, sei que ia tê-lo noutras equipas, mas ele é quase como um
irmão", concluiu.
Fonte: Record on-line
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