José Santos deixou críticas à
organização da prova
Por: Lusa
Foto: Nuno Fonseca / Movephoto
O adiamento da 82.ª edição da
Volta a Portugal "deveu-se a um processo meramente político" e expõe
a ausência de uma "segunda via organizativa", defendeu esta
quinta-feira o diretor desportivo da Rádio Popular Boavista.
"Não é uma imagem muito
positiva para a modalidade e o organizador do evento. De facto, isto deveu-se
tudo a um processo meramente político, que começou com o presidente de Viana do
Castelo vir a terreiro dizer que não queria o ciclismo na terra dele.
Naturalmente que toda a situação veio por arrasto", frisou à agência Lusa
José Santos.
A principal prova velocipédica
lusa, que estava prevista entre 29 de julho e 9 de agosto, foi hoje adiada para
data a determinar, devido à pandemia de covid-19, numa decisão conjunta da
organizadora Podium Events e da Federação Portuguesa de Ciclismo.
A Volta a Portugal tinha
recebido luz verde da Direção-Geral da Saúde e do Governo na segunda-feira,
atendendo às orientações para a retoma de competições ao ar livre de
modalidades individuais e à aprovação de um plano sanitário, mas assistiu à
renúncia das Câmaras Municipais de Viana do Castelo e Viseu em acolherem a
passagem da corrida.
"Desde o início deveria
existir uma segunda via organizativa diferente desta, que mostrasse uma
capacidade de resposta face àquilo que aconteceu agora. Em cima da mesa tinha
de estar a transformação numa prova mais leve do ponto de vista organizativo,
menos onerosa em termos financeiros e com o mesmo índice competitivo",
defendeu.
Antecipando que a modalidade
"tem um problema sério à sua frente" caso não dispute a Volta a
Portugal em 2020 por causa do novo coronavírus, o mais antigo dos diretores
desportivos do pelotão nacional aponta como "melhor alternativa" a
recalendarização para o mês de setembro, alertando que outubro "não é uma
data muito assertiva para um evento com esta grandeza e amplitude".
"O cancelamento seria
muito negativo para o ciclismo nacional. Já os impactos financeiros passam
pelas equipas não terem de alguma forma capacidade de resposta para assumirem
os compromissos efetuados. Não havendo provas, os patrocinadores não veem
rentabilizados os investimentos feitos na modalidade", concluiu José
Santos.
Fonte: Record on-line
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