Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O Palau Martorell, situado
junto ao porto de Barcelona e muito perto das telas de Sorolla ali expostas
(uma alusão inevitável ao recente estágio da equipa em Dénia), foi o palco
escolhido para a apresentação da NSN Cycling Team, herdeira direta da controversa
Israel - Premier Tech. Agora, sob a licença adquirida pela NSN, empresa da qual
o ex-futebolista Andrés Iniesta é sócio, a estrutura inicia uma etapa focada em
construir identidade própria e deixar para trás rótulos do passado.
Iniesta evocou memórias de
infância ligadas ao ciclismo: “O ciclismo fez parte da minha geração. Lembro
tardes inteiras com o meu avô a ver a Volta a França, a Volta a Itália e a
Volta a Espanha, com referências como Induráin, Contador ou Samuel Sánchez”.
Para o espanhol, a
apresentação é “um passo muito importante a todos os níveis”. Sublinhou o
entusiasmo e a ambição com que a organização abraça este novo projeto: “Espero
que possamos fazer coisas bonitas e que as pessoas desfrutem”.
Com entrada direta no
WorldTour, licença suíça e base operacional em Girona, a liderança desportiva
recairá sobre Biniam Girmay, considerado o melhor ciclista africano dos últimos
cinco anos e vencedor de três etapas na Volta a França.
“É a melhor equipa que podia
encontrar para as minhas caraterísticas”, disse o eritreu, encantado por
partilhar projeto com “uma lenda” como Iniesta. “Temos grande potencial;
queremos vencer etapas da Volta a França”, acrescentou.
Do lado da direção desportiva,
Kjell Carlström, que já desempenhava este papel na Israel - Premier Tech,
realçou a capacidade de liderança de Girmay e garantiu que esta fase representa
“o grande início de uma nova era”.
Encontro
de culturas
A equipa reivindica uma
identidade diversa. “Somos uma equipa multicultural, com muitas nacionalidades,
e esse é um dos nossos valores”, insistiu Carlström. Os corredores Jake Stewart
e Pau Martí, este último promovido da equipa de desenvolvimento e vencedor de
uma etapa na Volta a Portugal, apresentaram a nova camisola, inspirada tanto em
Barcelona como no projeto solidário da equipa no Ruanda, o Racing for Change.
A licença suíça explica-se
pela ligação ao fundo Stoneweg, cujo CEO, Jaume Sabater, sublinhou a ambição do
projeto: “Entramos ao mais alto nível, pela porta grande, com algo único e
inesperado, e com o aliciante do Grand Départ da Volta a França em Barcelona”.
Em paralelo, o presidente da
NSN, Joel Borràs, definiu o momento como “um sonho”. “Queremos ligar o ciclismo
a nível global e levar a nossa forma de interpretar a modalidade”, afirmou.
Iniesta,
entre a ilusão e o trabalho de equipa
Questionado sobre a sua
presença nas corridas, Iniesta brincou: “No carro, sim. Vou ter de treinar,
porque eles são muito fortes”.
Mais a sério, explicou os
objetivos da equipa: “Não gosto de pedir nada. Trata-se de trabalhar em equipa,
melhorar, ser competitivo e melhor a cada dia. O ciclismo ensina que só um
vence, mas trabalhar juntos deixa todos orgulhosos”.
O presidente da Câmara de
Barcelona, Jaume Collboni, destacou o papel da cidade como epicentro do
ciclismo mundial em 2026: “A Grand Départ será um sonho tornado realidade.
Barcelona e ciclismo são uma combinação imbatível”.
Collboni agradeceu
especialmente o compromisso de Iniesta: “Levou o nome de Barcelona pelo mundo e
agora volta a apostar nesta cidade. A Grand Départ terá uma equipa nascida em
Barcelona”.
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