Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A Volta a Espanha 2025
terminou este domingo com a vitória de Jonas Vingegaard, deixando João Almeida
no segundo lugar da classificação geral. Assim, a UAE Team Emirates - XRG fecha
a época com apenas uma vitória em Grandes Voltas - a Volta a França conquistada
por Tadej Pogacar - depois de também terem ficado em segundo na Volta a Itália
com Isaac del Toro, novamente atrás d e uma homem da Team Visma | Lease a Bike.
Para Chris Horner, antigo
vencedor da Volta a Espanha e agora analista, a equipa da Emirates falhou de
forma repetida no plano táctico, comprometendo os seus próprios líderes em duas
das três grandes provas por etapas.
“Falhas tácticas recorrentes”
No seu canal de YouTube,
Horner foi contundente: "Os Emirados Árabes Unidos ganharam sete etapas
nesta Volta a Espanha e a classificação geral por equipas. Mas em termos
tácticos, falharam com João Almeida. Escolher Juan Ayuso, sabendo que ele estava
de partida, e depois deixá-lo a ele e ao Jay Vine, perseguirem etapas em vez de
trabalharem para a geral foi um grande erro."
O americano relembrou que este
não foi um caso isolado. Em maio, na Volta a Itália, Isaac del Toro perdeu a
Camisola Rosa na 20.ª etapa, no Colle delle Finestre, para Simon Yates, depois
de ter liderado grande parte da corrida. "No Giro os diretores da Emirates
fizeram com que Isaac Del Toro perdesse a corrida na 20ª etapa. O Simon Yates
apareceu na estrada e roubou-lhe a camisola rosa... O Del Toro deveria ter sido
o vencedor da Volta a Itália 2025. Em vez disso, perdeu a camisola rosa na
última etapa de montanha", recordou o vencedor da edição de 2013 da Volta
a Espanha.
Para Horner, as instruções
conservadoras de “defender em vez de atacar” e a falta de adaptação quando
Yates e Richard Carapaz atacaram foram decisivas. E esse padrão voltou a
repetir-se em Espanha.
Almeida
“enganado por dentro”
A consistência de João Almeida
levou-o ao segundo lugar em Madrid, mas Horner acredita que o português foi
prejudicado pela própria equipa. Durante a corrida ficou a saber-se que Juan
Ayuso está de saída da Emirates no final de 2025. "Essa decisão enfraqueceu
o apoio a Almeida. O Ayuso queimou os recursos da equipa na primeira semana e
depois foi à caça de etapas, deixando Almeida isolado em momentos críticos: na
9.ª etapa, quando Vingegaard atacou com Jorgenson, na 11.ª, quando Tom Pidcock
forçou a fuga e mesmo nas últimas etapas de montanha", argumentou.
"Na 20.ª etapa a UAE
finalmente executou uma boa táctica. O Ayuso fez o seu trabalho. Mas o Almeida
ainda teve de fazer curvas longas no final da etapa porque não tinha colegas de
equipa, enquanto a Visma podia ficar para trás. Se o Almeida estivesse mais
fresco, se a UAE se tivesse empenhado sempre, talvez o resultado da Volta a
Espanha tivesse sido diferente", acrescentou Horner.
Uma época
de contrastes
O segundo lugar de João
Almeida encerra uma época em que a Emirates dominou em número de vitórias de
etapas e conquistou a classificação por equipas nas Grandes Voltas, mas falhou
por duas vezes a vitória na geral.
"Eles precisam de
resolver as suas políticas internas e decisões de gestão se quiserem converter
a sua imensa profundidade em vitórias nas Grandes Voltas", concluiu
Horner.
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