terça-feira, 16 de setembro de 2025

“"Suspender a equipa poderia ser uma opção" Organização da Volta à Suíça não quer passar pelo mesmo que a Vuelta”


Por: Carlos Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

O caos que marcou a Volta a Espanha 2025 deixou uma cicatriz no pelotão e um sério aviso para o calendário internacional. Ao longo de três semanas, manifestantes pró-palestinianos interromperam repetidamente a prova: invadiram zonas de chegada, espalharam tachas e pedaços de vidro pelo asfalto, cortaram uma árvore que caiu para a estrada no percurso daquele dia e chegaram mesmo a ameaçar diretamente a equipa Israel - Premier Tech.

Foi um cocktail explosivo que misturou política e desporto e que abalou os ciclistas e colocou os organizadores em permanente gestão de um problema grave. Agora, Olivier Senn, director da Volta à Suíça, admite ao Blick que os incidentes em Espanha o obrigaram a refletir sobre a vulnerabilidade da sua própria corrida.

“Simplesmente seria um pesadelo”, confessa Senn. “O ciclismo é um alvo fácil para os protestos. Corremos em estradas públicas e o ciclismo é acessível a todos. Essa é a nossa força, mas em momentos como este também se torna na nossa fraqueza.”

 

Lições da Volta a Espanha

 

Apesar da escalada das perturbações, os organizadores da Volta a Espanha nunca ponderaram excluir a Israel - Premier Tech da prova, apoiados pela UCI. O organismo internacional manteve a posição de não interferir na corrida, mas essa recusa em agir acabou por encorajar ainda mais os manifestantes.

Senn considera, no entanto, que pode ser necessária maior flexibilidade: “As regras da UCI também estabelecem que o organizador é responsável pela segurança de todos os envolvidos. Para mim, a suspensão de uma equipa poderia ser uma opção se ajudasse a melhorar o problema. Mas não sei quais seriam as consequências legais dessa medida.”

A declaração toca no cerne de um dilema que o ciclismo enfrenta: como proteger ciclistas e staff sem atropelar os princípios de inclusão e de concorrência leal.

 

Resposta da Volta à Suíça

 

Para já, a organização da Volta à Suíça vai rever os protocolos de segurança em parceria com a polícia dos cantões, numa tentativa de impedir que episódios semelhantes se repitam em solo helvético. “Os acontecimentos das últimas semanas causaram-me uma preocupação crescente”, admite Senn. “Acredito na liberdade de expressão. Mas quando os protestos se intensificam ao ponto de colocar em perigo atletas e transeuntes, isso é simplesmente inaceitável.”

O ciclismo já conheceu manifestações de cariz político, mas raramente com a persistência e intensidade vistas nesta edição da Volta a Espanha. “É uma pena, porque do meu ponto de vista, depois destas três semanas de competição em Espanha, só temos perdedores”, conclui Senn.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/suspender-a-equipa-poderia-ser-uma-opcao-organizacao-da-volta-a-suica-nao-quer-passar-pelo-mesmo-que-a-vuelta

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