Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Wout van Aert surgiu
brutalmente honesto e visivelmente desiludido após a Dwars door Vlaanderen, ao
admitir que a derrota da Team Visma | Lease a Bike foi da sua responsabilidade.
A equipa neerlandesa esteve a controlar quase toda a prova e criou o cenário
ideal para vencer, mas acabou surpreendida por Neilson Powless, num final que
ficará na memória dos adeptos da modalidade e, seguramente, na do próprio Van
Aert.
A estratégia parecia perfeita:
na subida decisiva ao Berg Ten Houte, a Visma lançou um ataque coletivo que
deixou os principais rivais para trás, incluindo Mads Pedersen, e isolou-se na
frente com Van Aert, Matteo Jorgenson e Tiesj Benoot, acompanhados apenas por
Powless. O trio da Visma não atacou, preferindo controlar o ritmo e preparar o
sprint para Van Aert, tido como o mais rápido no papel. No entanto, o belga não
teve pernas nos metros finais e foi superado pelo ciclista da EF
Education-EasyPost.
“Quatro ciclistas na frente,
três da nossa equipa. Se não ganhamos, é porque cometemos um erro. E esse erro
foi meu”, confessou Van Aert no final da corrida. “Fui eu que decidi apostar
tudo no sprint e pedi ao Matteo e ao Tiesj para me levarem até à meta. Estava
confiante, mas tive cãibras no final e o Neilson foi simplesmente mais forte.”
A sinceridade de Van Aert não
deixou margem para desculpas. Reconheceu que a decisão de não explorar a
vantagem numérica foi motivada por um desejo pessoal de vitória. “Fui egoísta.
Queria tanto ganhar, especialmente depois de todas as críticas e do azar no ano
passado. Pensei apenas em mim. Não quis arriscar que um colega ganhasse e isso
foi um erro enorme.”
A frustração era partilhada
por Jorgenson, que após a corrida também admitiu que a equipa tomou a decisão
errada. Mas Van Aert fez questão de sublinhar que a responsabilidade não foi da
estrutura ou dos colegas. “O erro foi meu, não deles. Estava demasiado
convencido de que podia vencer ao sprint. E nem sequer considerei que, depois
de duas horas tão duras, já não teria a explosão necessária.”
Apesar da derrota, Van Aert
reconhece que existia uma alternativa mais agressiva. “Se o tivéssemos atacado
e falhássemos, não nos arrependíamos. Era a táctica certa e não a levámos
suficientemente a sério. Não posso justificar o que fiz.”
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