Nelson Oliveira e Rui Costa salientaram hoje o impacto que as etapas portuguesas da Volta a Espanha podem ter no ciclismo nacional
Por: Lusa
Nelson Oliveira e Rui Costa salientaram
hoje o impacto que as etapas portuguesas da Volta a Espanha podem ter no
ciclismo nacional, com o campeão nacional de fundo a dizer que os colegas
ficaram “intimidados” perante tamanho fervor.
“Foi bonito ter todo o carinho
do povo português a aplaudir-nos e a apoiar-nos durante todo o percurso até
Castelo Branco. [Sinto] uma gratidão e um enorme orgulho”, disse aos
jornalistas Nelson Oliveira.
Muito solicitado nos últimos
dias, para fotos, autógrafos ou apenas uma palavra, o corredor da Movistar
assumiu que “provavelmente não esperava” tanto apoio ao longo das três
primeiras etapas da 79.ª edição da prova espanhola, que começou no sábado com um
contrarrelógio entre Lisboa e Oeiras.
“Acho que o povo português
adorou, porque muitas pessoas, não tendo a oportunidade de irem ao estrangeiro
ver ciclismo, tiveram a oportunidade de vê-lo mais de perto […]”, nomeadamente
ciclistas do World Tour, que são “ídolos” de miúdos e graúdos, salientou.
Para o 10.º classificado da
geral, a 33 segundos do camisola vermelha Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), a
modalidade pode ganhar com esta experiência: “Por isso é que investiram para
que a Volta a Espanha viesse a Portugal, para realmente o ciclismo português
crescer um bocadinho”.
“Faço um balanço muito
positivo destas etapas em Portugal. Foram etapas fantásticas, muito público.
Foi fantástico estar aqui, foi um motivo de muita felicidade para mim. Depois
de tantos anos no World Tour, poder ter uma partida em Portugal, junto a todos
os portugueses… O que eu posso dizer é que realmente espero que no futuro
voltem a fazer algo do género, porque todos nós merecemos, não só nós que somos
ciclistas, mas todo o público que acompanha”, defendeu Rui Costa.
O ciclista da EF
Education-EasyPost falava aos jornalistas entre os gritos das pessoas que
assistiam à sua descompressão pós-etapa, tentando refrescar-se, com cubos de
gelo, dos quase 40 graus que se fizeram sentir hoje em Castelo Branco, ponto
final da terceira etapa.
Questionado sobre se os seus
colegas tinham feito algum comentário sobre o apoio do público português, o
campeão nacional de fundo sorriu e lançou: “Acho que eles ficaram intimidados
[com] tanta gente a apoiar”.
“A verdade é que estou
supercontente. As palavras são todas de agradecimento. Realmente, ouvi muita
gente a chamar pelo meu nome e isso deixa-me de certa forma arrepiado. Olha,
foram três dias fantásticos e jamais esquecerei estes momentos”, confessou, lamentando
que “infelizmente” a Vuelta entre em Espanha já na terça-feira.
Para Costa, a partir da quarta
etapa “a geral vai mudar completamente”, porque esta tem “um final muito duro,
com umas rampas bastante complicadas”.
“É o primeiro esforço mais
sério para o pessoal da geral. Vamos ver como é que encontra-se sobretudo o
nosso português João Almeida. A ver se as coisas começam a sair bem. Ele é
certo que acredito que não entre muito forte, mas eu creio que ele vai acabar
bem esta Volta a Espanha. O importante é realmente ir de menos a mais”,
concluiu.
Na terça-feira, os 170,5
quilómetros da quarta etapa têm início em Plasencia e terminam no Pico
Villuercas, onde a meta coincide com uma contagem de montanha de primeira
categoria.
Fonte: Sapo on-line
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