Experiente ciclista, campeão nacional de estrada, está a participar na Vuelta
Por: Lusa
Foto: Instagram Rui Costa
A camisola de campeão nacional
de Rui Costa atrai atenções sobre o seu portador, que proclama o orgulho por
vesti-la numa Vuelta com início em Portugal, onde mais do que nunca sente o
amor dos portugueses pelo ciclismo.
Os pedidos de fotos e
autógrafos não se esgotam e Rui Costa vai acedendo a todos com um sorriso.
Quando vai assinar o ponto, é o último a regressar, uma cena que se repete
desde a apresentação das equipas, na quinta-feira, junto à Torre de Belém, onde
o autocarro da EF Education-EasyPost acabou por partir sem ele, tal foi a
demanda pela atenção do campeão nacional de fundo, posteriormente, um carro da
equipa levou-o ao hotel.
O poveiro destaca-se no
pelotão pelas listas que leva ao peito, sendo mais fácil de captar entre os
autocarros das equipas, permanentemente rodeados de curiosos e adeptos
nacionais. É num desses raros intervalos entre solicitações que a agência Lusa
consegue uns minutos para entrevistá-lo, com a conversa inevitavelmente a
incidir sobre quão especial é vestir a camisola de campeão português nesta
Vuelta.
"Tem um significado muito
grande. E também, de certa forma, é motivo de enorme orgulho para mim, de
demonstração da nossa camisola a nível internacional. Sinto-me muito honrado
por poder levá-la, sobretudo por estar aqui em Portugal, junto de todos os
portugueses que nos apoiam durante todo o ano abertamente e têm sido
fantásticos com todos nós", confessou.
Sentado nas escadas do
autocarro da EF Education-EasyPost, aproveitando o abrigo do sol escaldante que
tem marcado este arranque português da Vuelta, Costa nota que normalmente o
apoio do público "sente-se mais à distância", apesar de hoje em dia
"as redes sociais" fomentarem a proximidade.
"Não há quase palavras
para descrever o quanto as pessoas nos apoiam, o quanto as pessoas nos seguem.
Realmente, sente-se muito o quanto Portugal apoia o ciclismo, o quanto Portugal
gosta de ciclismo, isso é bom de saber. Não é que seja algo novo para mim, mas,
sem dúvida, que pela primeira vez estar numa grande Volta, com a saída de
Lisboa, tem-no demonstrado", salientou.
A época de Costa começou com
um sobressalto, também em Portugal, quando caiu na Volta ao Algarve, sendo
obrigado não a "uma alteração de um percurso" previsto para a segunda
parte da temporada, mas sim ao "cancelamento de muitas provas para uma
recuperação".
"É óbvio que depois
disso, ou após a queda, o objetivo foi sempre voltar a estar no Tour, voltar a
estar na Volta a Espanha. Eram os meus objetivos principais. Pude estar
presente. Os Jogos Olímpicos também eram um objetivo, foi pena da maneira como
terminou", disse, numa alusão a um furo que o impossibilitou de estar na
discussão da prova de fundo de Paris'2024.
O campeão mundial de fundo de
2013 reconhece que, depois do Tour, houve pouco tempo para recuperar do
desgaste, porque nos Jogos foi totalmente uma loucura. "Quase que não
pousávamos. E, na verdade, não deu para recuperar aquilo que eu queria",
reforçou.
Antes do arranque da Vuelta,
conseguiu ter uma semana mais tranquila em casa, embora sem deixar de
trabalhar, esperando agora "estar à altura aqui nesta Volta a
Espanha" e "ir em crescendo durante estas três semanas".
"Vamos lutar por isso,
apesar que o objetivo número um da equipa é realmente estarmos com o Richard
Carapaz, apoiá-lo durante toda esta Volta, porque acreditamos que ele possa
fazer um pódio final", elucidou ao ser questionado sobre se procurava
repetir o triunfo em etapas na Vuelta, depois de no ano passado ter vencido a
15.ª tirada.
Pelo estatuto que tem na
equipa, Costa admite que pode surgir a oportunidade de lutar por uma vitória.
"Realmente, se essa
oportunidade surgir, espero estar num dia bom, porque é certo que todos os dias
serão dias de alguma exigência. [...] Quando se está a apoiar um colega ou
quando se está a ajudar, não se olha a meios de poupança, então espero que numa
circunstância de prova que haja uma oportunidade possa estar bem",
concluiu.
Na segunda-feira, a Vuelta
cumpre a sua última etapa em território português, nos 191,5 quilómetros entre
a Lousã e Castelo Branco, entrando na terça-feira em Espanha.
Fonte: Record on-line
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