Ciclista dinamarquês respondeu aos críticos
Por: Lusa
Foto: Reuters
Jonas Vingegaard escudou-se
esta segunda-feira na sua forma inteligente de correr para responder às
críticas de Tadej Pogacar e Remco Evenepoel, que recriminaram a postura
defensiva do ciclista dinamarquês na nona etapa da Volta a França.
"Mais do que falta de
coragem, falaria mais em inteligência de corrida", defendeu esta
segunda-feira Vingegaard, em conferência de imprensa, no primeiro dia de
descanso da 111.ª Grande Boucle.
A expressão usada pelo atual
bicampeão do Tour, e terceiro classificado da geral desta edição, foi, na
realidade, bem menos elegante do que a tradução indica, remetendo para a frase
crua usada por um muito descontente Remco Evenepoel na véspera.
O belga da Soudal Quick-Step
uniu-se ao camisola amarela Tadej Pogacar (UAE Emirates) para criticar
Vingegaard, que recusou colaborar quando, durante a nona etapa, os três fugiram
do grupo de favoritos a mais de 70 quilómetros da meta, ganharam uma vantagem
de cerca de 40 segundos e engataram na fuga, antes de abdicarem dada a
passividade do corredor da Visma-Lease a Bike.
"Se parto a 70
quilómetros da meta, e eles me fazem deslocar na última secção de gravilha,
perderia o Tour ontem [domingo]. O meu objetivo era segui-los. Não queríamos
perder tempo e conseguimos. As pessoas podem não compreender, mas é um problema
delas", insistiu Vingegaard.
Bem mais calculista do que os
ciclistas que o precedem na geral, o líder da Visma-Lease a Bike, que só segue
indicações da sua equipa e nunca instintos, limitou-se sempre a responder a
Pogacar e Evenepoel, que tentaram usar os inéditos troços de estrada por asfaltar
para sentenciar a geral.
"Podíamos ter ganhado
tempo e consolidar o pódio. A Visma está fixada em mim e isso pode sair-lhes
caro", avisou o camisola amarela, enquanto o líder da juventude e segundo
da geral lamentou a falta de colaboração de Vingegaard: "A corrida podia
ter terminado ali".
Perante as críticas dos seus
mais diretos adversários, o dinamarquês preferiu sorrir e dizer sentir-se
melhor do que esperava, numa alusão ao período de recuperação que enfrentou
depois da Volta ao País Basco, no início de abril.
"Sinto-me cada vez
melhor. Encontrei-me a um muito alto nível, muito mais elevado do que eu
poderia imaginar", reiterou, ressalvando não poder precisar exatamente
qual é o seu estado de forma: "Talvez um pouco inferior ao do ano passado".
Vingegaard passou duas semanas
no hospital, após sofrer fratura de clavícula e várias costelas, uma contusão
pulmonar e um pneumotórax, e, por isso, não sabe como o seu corpo vai reagir na
última semana da 111.ª edição, na qual estão concentradas as etapas de alta
montanha.
"O meu acidente mudou a
minha perspetiva sobre as coisas. Há sempre ambição, mas sei que a vida
continua quer eu ganhe, quer eu perca. Não é algo mau, pelo contrário. Sinto
menos pressão. Estou contente de estar aqui e, simplesmente, de ainda estar
vivo", confessou.
O bicampeão em título é
terceiro da geral, a 01.15 minutos do esloveno da UAE Emirates, com Evenepoel
na segunda posição, a 33 segundos do camisola amarela.
A Volta a França cumpre nesta
segunda-feira o seu primeiro dia de descanso e termina com um contrarrelógio em
Nice, em 21 de julho.
Fonte: Record on-line
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