domingo, 21 de janeiro de 2024

“Ciclista costa-riquenho faz relato impressionante: «Só queria que me atropelassem ou me dessem um tiro»”


Felipe Nystrom lembra infância e adolescência difíceis e assume que chegou a estar "completamente desesperado"

 

Por: Record

Foto: Getty Images

Felipe Nystrom, ciclista costa-riquenho, fez um relato impressionante dos tempos difíceis que passou na infância e na adolescência, onde o álcool e as drogas infernizaram a sua vida. Atualmente a competir ao lado de nomes de destaque do ciclocross, Nystrom garante que tentou matar-se em inúmeras ocasiões.

"Aconteceram-me muitas coisas boas e outras tantas más. As minhas primeiras memórias em criança são de medo e pânico. O pai do meu irmão, um refugiado da guerra em El Salvador, tinha muitos problemas e solucionava-os com o álcool. Abusava de mim, batia-me com o que tinha à mão. Sentia que, para as pessoas à minha volta, era fácil magoar-me. Passaram-se coisas parecidas na escola, nunca fui muito popular", começou por contar à 'Marca'.

Aos 18 anos, e já com uma longa bagagem, o costa-riquenho entrou no mundo das drogas. "Experimentei de tudo. Fui para outro mundo. Deixei o desporto e conheci aquela que viria a ser a minha companheiro e mãe do meu filho. Fui perdendo empregos, expulsavam-me. Houve noites em que quase morri. Foi aí que me apercebi que estava sozinho e que ninguém me queria", explicou.

Com esta espiral negativa, garante, começaram os problemas: "Cheguei a um ponto em que até rezava para não amanhecer. Pensava 'nem para me suicidar sirvo'. Desejava que me atropelassem, que me dessem um tiro, até atravessava a rua sem olhar para ver se me atropelavam. Quando ia comprar droga aos bairros, entrava como se fosse o dono com esperança que, se alguém me visse, me matasse. Pensava que tinha câmaras e microfones [escondidos] no meu apartamento. Ouvia vozes, via coisas... Enquanto andava na rua, ouvia sons de alguém a falar pela rádio. Pensava que o FBI, a CIA ou a DEA me vinham buscar. Estava completamente desesperado, não tinha vida. Achava que não havia nada melhor do que alguém entrar pelo meu apartamento e dar-me um tiro", rematou.

Fonte: Record on-line

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