Campeão em título sente que já não tem nada a provar
Por: Lusa
Foto: Lusa
Mauricio Moreira sente que já
não tem de provar nada a si próprio, nem a ninguém, chegando à 84.ª Volta a
Portugal mais tranquilo do que no ano passado e com vontade de defender o
título.
"Este
ano, o facto de chegar à Volta tendo ganho o [GP O] Jogo e o [Troféu Joaquim]
Agostinho acho que me tira muita, muita pressão de cima, porque demonstrei a
mim mesmo que, um ano depois, posso estar na disputa da geral das corridas. Por
isso, acho que não tenho de demonstrar mais nada nem a mim próprio, nem a
ninguém. E isso dá-me uma tranquilidade muito grande",
assumiu o campeão em título da prova rainha do ciclismo nacional.
Em entrevista à agência Lusa,
o uruguaio de 28 anos reconheceu que, depois de ter vencido a Volta do ano
passado, encara esta edição "de uma
maneira diferente, com mais calma". "Sei que fiz as coisas bem até agora, sei que chego
em boa forma. Acredito e, se Deus quiser, tudo vai correr bem",
declarou.
Embora tenha sentido "um bocadito" de ansiedade nos últimos dias, uma vez que o
ciclismo começa-se a viver mais intensamente com a aproximação da Volta a
Portugal, que arranca na quarta-feira, em Viseu, com um prólogo, 'Mauri' era
hoje a imagem da serenidade, antes de sair para um último treino com os seus
companheiros da Glassdrive-Q8-Anicolor no Luso (Aveiro).
Depois de ter vencido o Troféu
Joaquim Agostinho há três semanas, um triunfo que juntou aos registados no GP O
Jogo e na Clássica da Primavera esta temporada, o também vice-campeão de 2021
chega à 'sua' corrida sem ter a certeza sobre se está na melhor forma de
sempre, mas confiante para o que tem pela frente até 20 de agosto. "É difícil tirar uma conclusão 100% certa, mas sei
que estou em boa forma. Depois de ter ganho o Agostinho, continuei a treinar da
mesma forma, continuei focado no objetivo, por isso, acredito que esteja em boa
forma neste momento, mas também chego completamente tranquilo e
descontraído", reiterou.
'Mauri'
reconheceu que "gostava de ter a
possibilidade de voltar a vencer", mas garantiu que, "se não acontecer, o ano não vai acabar para nada de
má maneira, porque até à data tem corrido tudo bem".
Para ganhar a Volta'2022, o
uruguaio destronou o seu companheiro Frederico Figueiredo no contrarrelógio do
último dia e, nesta edição, voltará a dividir a liderança da
Glassdrive-Q8-Anicolor com o trepador português de 32 anos, num elenco de luxo,
que conta ainda com o russo Artem Nych e com o australiano James Whelan. "Individualmente, tira pressão a cada um de nós,
porque sabemos que, caso falhemos, temos um colega que pode cobrir o nosso
sítio. Isso é muito importante e tira muita pressão. Temos uma equipa forte,
qualquer um pode estar na disputa, o importante é que a Volta fique dentro da
estrutura. Sem dúvida que não é bom, como no ano passado, disputar a Volta
contra um colega, mas acredito que para o último dia, este ano, podem estar as
coisas mais equilibradas", vincou à Lusa.
Apesar de integrar o bloco
mais forte do pelotão nacional, Moreira não alinha no diapasão dos diretores
desportivos das restantes equipas nacionais, que já entregaram o triunfo final
à Glassdrive-Q8-Anicolor. "Eu não vejo
tanto assim, porque todas as equipas e todos os ciclistas trabalham com o foco
100% na Volta a Portugal. Todos somos bons, todos treinamos para isto, por isso
acho que, sim, temos de carregar com a pressão de, se calhar, ser a equipa mais
forte, mas nem por isso somos vencedores antes de a prova acabar",
defendeu.
O campeão em título lembrou
que há "muitas equipas portuguesas muito
boas, muitos ciclistas muito bons", notando que também vão participar na
84.ª edição, que percorre 1.600,5 quilómetros entre Viseu e Viana do Castelo,
"estrangeiros muito bons". "Acho que vai ser uma grande batalha até ao final e
que cada um de nós e cada um das outras equipas vamos ter que sofrer e dar o
nosso melhor para atingir o nosso objetivo", resumiu.
Para 'Mauri', o facto de esta
edição ter "etapas bastante compridas e
a segunda semana ter as etapas de montanha todas juntas, vai dificultar muito e
vai condicionar muito a geral", já que a isso se vai juntar
o stress e a fadiga das chegadas ao sprint, que acontecerão nas quatro primeiras
tiradas em linha. "Isso logicamente vai
trazer uma dureza muito grande", concluiu.
Fonte: Record on-line
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