Federação Portuguesa de Ciclismo e ADoP reforçam cooperação antidopagem
Por: José Carlos Gomes
A Federação Portuguesa de
Ciclismo e a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) apresentaram, na manhã
de hoje, na sede do Comité Olímpico de Portugal, o protocolo de cooperação no
domínio da luta antidopagem.
O plano, que estará em vigor
durante as épocas desportivas de 2023 e 2024, pressupõe um reforço da luta
antidopagem no ciclismo português, no domínio do controlo e da prevenção, mas
também da formação e sensibilização dos agentes desportivos.
Uma das medidas mais
significativas do protocolo é o alargamento a todos os 92 ciclistas das equipas
continentais UCI portuguesas dos controlos no âmbito do passaporte biológico,
uma das mais eficazes ferramentas de controlo e prevenção da dopagem.
Esta medida implica um
investimento da ADoP nos planos operacional, logístico e financeiro, uma vez
que terão de ser realizados centenas de controlos anuais para o passaporte
biológico e procedimentos analíticos adicionais, estimados em cerca de 70 mil
euros.
A Federação Portuguesa de Ciclismo deverá entregar cerca de 50 mil euros à ADoP para ativação do protocolo. Uma parte desse valor será custeado pelas equipas, enquanto a Federação assumirá os custos com os ciclistas sub-23 das equipas continentais.
O documento prevê ainda a
realização de ações de sensibilização e formação de agentes desportivos para a
necessidade de prevenção e rejeição de comportamentos violadores das normas
antidopagem.
As primeiras ações irão
realizar-se nas próximas semanas, antes do arranque competitivo. Serão feitas
no imediato duas sessões presenciais, uma para equipas e corredores do Norte e
a outra para os corredores e equipas do Sul.
“Hoje
damos um passo de gigante na luta antidopagem e no reforço do ciclismo. Pegando
no nome da Volta do Futuro, diria que estamos a dar uma volta para o futuro”,
afirmou o presente da ADoP, Manuel Brito, durante a cerimónia de assinatura do
protocolo, sublinhando que este investimento é possível graças ao aumento do
orçamento da ADoP na ordem dos 60 por cento e à reacreditação do Laboratório de
Análises de Dopagem.
O presidente da Federação
Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, considerou que “estamos perante um momento histórico a nível mundial,
porque é a primeira vez que uma das 201 federações filiadas na UCI adota um
programa desta dimensão”. O dirigente recordou que o nível de
exigência para as equipas continentais portuguesas é semelhante ao que é
imposto às World Teams e às ProTeams, destacando os efeitos positivos que o
controlo mais apertado teve no pelotão internacional.
“A nível
internacional este tipo de medidas teve sucesso. O ciclismo mundial está em
crescimento, surgem novos ídolos, o público e o investimento dos patrocinadores
tem aumentado. Surgem também novas imposições por parte das marcas, que exigem
verdade desportiva. E só com mais investimento é que o ciclismo pode crescer.
Não há outro caminho”, resumiu Delmino Pereira.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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