Bassons recorda os seus tempos de ciclista e diz que hoje em dia a pressão psicológica sobre os corredores é "monstruosa"
Por: Record
Foto: Favebook/Christophe
Bassons
O antigo ciclista francês
Christophe Bassons, que viu a sua carreira terminar em 2001 depois de falar
abertamente sobre doping na Volta a França, voltou a abordar o uso de
substâncias proibidas no ciclismo.
Agora com 48 anos, Bassons -
que no pelotão internacional foi contemporâneo de Lance Armstrong, entre outros
ciclistas - diz que "toda a gente
continua a viver uma grande mentira". "Hoje em dia o apoio médico é muito mais extenso e
quase me assusta mais do que o doping", contou em
declarações ao site 'sueddeutsche.de'.
"Entre
uma pequena dose terapêutica de EPO ou 20 ou 30 barras energéticas por dia para
correr um Tour, pense por um momento qual destes é mais perigoso. O ciclismo
ganharia uma enorme credibilidade se os corredores dissessem exatamente o que
põem nos seus corpos, a que horas e a cada dia",
frisou Bassons, acrescentando que nos dias de hoje a pressão psicológica sobre
os ciclistas "é monstruosa".
Bassons, que fez carreira nos
anos 90, tendo representado a Force Sud, a Festina, a Française des Jeux e a
Jean Delatour, contou como o doping influenciava até as negociações dos contratos
com as equipas. Recorda que chegaram a oferecer-lhe dois contratos: um se se
mantivesse limpo e outro se aceitasse dopar-se, com um salário 10 vezes maior.
"Estive
muitos anos sem falar com ninguém do pelotão, nem sequer com aqueles que foram
meus companheiros. Chegaram a oferecer-me 40 mil euros se me dopasse com EPO,
10 vezes mais do que ganhava, mas não conseguiram convencer-me".
As pressões, explica,
aconteciam de várias formas, até com prostitutas. "Levavam-me mulheres ao hotel para que traísse a minha mulher.
Tentaram levar-me a fazer coisas proibidas, mas nunca me rendi. Quiseram
acusar-me, mas não conseguiram", explica o antigo ciclista,
afiançando que pouco mudou entretanto na modalidade.
Bassons era ciclista da
Festina quando em 1998 'rebentou' o
escândalo na Volta a França sobre o uso generalizado de doping no seio da
equipa. O jornal 'France Soir' publicou os depoimentos feitos à polícia e dois
corredores, Armin Meier e Christophe Moreau, disseram às autoridades que
Bassons era o único ciclista da equipa que não se dopava.
Jean-Luc Gatellier, médico da
Festina, disse ao 'L'Équipe':
"É verdade, ele recusou-se a 'carregar o
canhão' [usar doping] nos
últimos anos. Christophe Bassons não pertence à família dos batoteiros e
corruptos."
Fonte: Record on-line
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