Ciclista português estrou-se no Tour e terminou no top 20
Por: Lusa
Foto: REUTERS
Ruben Guerreiro prometeu que "a história não acaba aqui", depois
de tornar-se o sétimo ciclista português a acabar no top 20 da Volta a França,
elegendo o momento da chegada aos Campos Elísios como o melhor da estreia.
"O
top 20 não era o objetivo. O objetivo era levar o Rigoberto Úran ao pódio",
começou por recordar em declarações à Lusa, referindo-se ao seu líder na EF
Education-Nippo, "um grande
corredor" que "teve um dia mau" e acabou no
10.º lugar da geral.
Para o jovem de Pegões Velhos
(Setúbal), o seu 18.º lugar final, logo na estreia na maior corrida
velocipédica mundial, foi "o somar dos
dias em que tentava ir para a fuga e [os outros em que] tentava estar com o
Rigo".
"Não
é uma coisa má, estou orgulhoso, mas acho que esta história não acaba por aqui.
Tenho 27 anos, comecei no ciclismo há relativamente pouco tempo, e acho que
tenho tudo para melhorar e um dia, quem sabe, poder fazer um 'top 10'",
prognosticou.
Destacando o nível "muito alto" dos corredores na 108.ª edição da Volta a França,
Ruben Guerreiro mostrou-se "contente"
com a sua prestação, "depois de tempos
muito difíceis", que se seguiram à desistência da Volta a
Itália, devido a uma queda na 15.ª etapa, que o deixou com duas costelas
fraturadas.
"O
Giro era o meu objetivo e fiquei um pouco triste por ter abandonado daquela
maneira, porque estava muito focado na última semana. Realmente, foi difícil
manter o foco durante um mês para o Tour, porque no ciclismo o nível é muito
alto e estavam aqui os melhores do mundo. Acabou por ser uma prestação muito
positiva", avaliou aquele que foi o primeiro português a
conquistar uma das camisolas secundárias numa grande Volta, ao ser o rei da
montanha do Giro'2020.
Entre as recordações que a
estreia no Tour lhe proporcionou, o momento que o luso da EF Education-Nippo
nunca vai esquecer é precisamente o final da última etapa desta edição, que
consagrou este domingo em Paris o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) como
mais jovem bicampeão da prova.
"O
melhor momento acho que acabou por ser o de hoje, por conseguir chegar aos
Campos Elísios e deixar o Magnus Cort Nielsen em boa posição. Gosto de ajudar
os meus companheiros e realmente foi um momento muito bonito, depois de 21 dias
de batalha. Não é só nas montanhas que posso fazer o meu trabalho e foi
realmente gratificante. Vou recordar para sempre ter entrado no último
quilómetro dos Campos Elísios na frente do pelotão",
confidenciou à Lusa.
Vencedor de uma etapa no
Giro'2020, Guerreiro só lamenta uma lacuna na sua participação, que lhe
permitiu suceder a Rui Costa, José Azevedo, José Martins, Fernando Mendes,
Joaquim Agostinho e Alves Barbosa, os outros lusos a concluírem o Tour entre os
20 melhores.
"Claro
que faltou a etapa, mas não foi por falta de tentativas. Tentei sempre, mas
este é um nível muito alto. Não foi este ano, mas acho que um dia vou
conseguir. Vou sempre lutar por isso e quem sabe um dia levantar os braços na
Volta a França", finalizou.
Fonte: Record on-line
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