O ciclista dinamarquês escolheu a prova algarvia para iniciar a sua temporada
Por: Lusa
Fotos: AFP or licensors
Jonas Vingegaard quer lutar
pela vitória na 51.ª Volta ao Algarve, que o ciclista dinamarquês escolheu para
arrancar a temporada a experimentar algo novo, mostrando-se desejoso de voltar
a competir após seis meses de paragem.
“Fiz o Gran Camiño nos dois
últimos anos, é uma boa corrida, gostei muito de lá estar. No entanto, não
gostei assim tanto do tempo que fez nos dois últimos anos. Talvez também tenha
querido experimentar algo novo. Claro que também pode fazer mau tempo aqui no
Algarve, como hoje, por exemplo, mas, por outro lado, queria tentar algo
diferente”, justificou o bicampeão do Tour (2022 e 2023).
Após dois anos a enfrentar
condições meteorológicas ‘impossíveis’ na prova galega, na qual venceu todas as
etapas a contar e a geral, o corredor da Visma-Lease a Bike quis mudar de ares,
mas teve azar no dia que escolheu para aterrar no Algarve.
Ainda assim, em conferência de
imprensa numa unidade hoteleira de Albufeira, mostrou-se “feliz” por ir
estrear-se na ‘Algarvia’ na quarta-feira e desejoso por começar a correr.
“Espero conseguir lutar pela
vitória. Temos uma equipa forte, não sou o único capaz de fazer alguma coisa.
Vamos, certamente, tentar lutar por isso, mas veremos nos próximos dias”,
assumiu.
Sem competir desde 18 de
agosto, dia em que subiu ao pódio como vencedor da Volta à Polónia, o também
duas vezes vice-campeão da ‘Grande Boucle’ (2021 e 2024) garantiu estar
desejoso por voltar a colocar um dorsal.
“Claro que senti falta de
competir, adoro correr. É por isso que adoro este emprego. Claro que treinei
muito desde então. Precisei de férias mais cedo, por tudo o que me aconteceu”,
declarou, numa alusão à queda grave que sofreu na Volta ao País Basco, em abril
passado.
Agora, Vingegaard sente-se
preparado para este ano e “motivado para esta corrida e para as próximas”,
embora confesse que é difícil dizer qual o seu estado de forma, até porque
alterou a sua preparação, nomeadamente ao optar por não estagiar em altitude para
estar mais “fresco” na primeira parte da época.
“Sinto-me forte neste momento,
mas nunca sabemos o que os outros fizeram. É difícil comparar com os outros e
tenho de me focar em mim”, pontuou.
Instado pela agência Lusa a
indicar quem são os seus principais adversários na 51.ª Volta ao Algarve, que
está na estrada entre quarta-feira e domingo, o líder da Visma-Lease a Bike
apontou o seu antigo companheiro Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), com
quem atualmente só fala em corrida – “porque ambos já temos muito com que nos
entreter com o treino e as nossas famílias” -, e o português João Almeida.
“Está aqui um pelotão forte,
obviamente tenho de estar num nível alto e espero conseguir discutir com eles a
geral”, acrescentou, sorrindo ao saber que, na véspera, Almeida (UAE Emirates)
disse que a sua presença tornaria esta edição da ‘Algarvia’ mais dura: “Fico
satisfeito por ele pensar assim. Espero torná-la mais difícil para ele, mas
também espero estar forte aqui e lutar pelo triunfo”.
Numa conferência de imprensa
em que os meios internacionais estavam em maioria, o dinamarquês de 28 anos
falou muito sobre o nascimento do segundo filho, reconhecendo que agora tem
mais coisas em que pensar, e menos sobre o seu previsível duelo com Tadej
Pogacar na Volta a França.
“O tempo o dirá”, respondeu
sucintamente ao ser questionado sobre se acredita que pode derrotar o seu
arquirrival, com quem alternou no primeiro lugar final nas últimas quatro
edições, na Volta a França.
No entanto, lá foi repetindo
que, com uma melhor preparação – numa nova referência à queda na Volta ao País
Basco que o deixou mais de dois meses sem competir -, espera estar num melhor
nível na 112.ª ‘Grande Boucle’, agendada entre 05 e 27 de julho.
Até lá, o tímido dinamarquês
tem como primeiro objetivo o Paris-Nice (09 a 16 de março), no qual escolheu
alinhar para tentar inscrever mais uma das principais corridas por etapas no
seu palmarés, já depois de ter vencido o Tirreno-Adriático no ano passado.
Fora dos seus planos estão,
para já, as clássicas – “as corridas por etapas continuam a ser o meu objetivo”
-, mas não os Mundiais de estrada, previstos entre 21 e 28 de setembro, em
Kigali, no Ruanda.
“É algo que estou mesmo a
pensar, gostaria de participar. Claro que agora com a incerteza [pelo conflito
no ‘vizinho’ Congo] teremos de ver o que a União Ciclista Internacional decide.
Depende de como tudo se passar. Uma coisa é o que temos planeado, outra é o que
acontece, como bem vimos na época passada”, concluiu.
Fonte: Sapo on-line
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