Esloveno entra na terceira e última semana com quase 7 minutos de avanço
Por: Lusa
Tadej Pogacar até pode estar
vestido de rosa desde a segunda etapa da 107.ª Volta a Itália, mas o ciclista
esloveno rejeita estar a viver o melhor momento de uma carreira em que
pontificam as vitórias no Tour.
Numa videoconferência de
imprensa em que foi dada primazia pela assessoria da UAE Emirates a perguntas
sobre 'fait divers' ou dados de potência ao invés da componente
desportiva, Tadej Pogacar pouco ou nada disse de novo ou interessante, embora
tenha deixado clara a sua preferência pela Volta a França, que conquistou em
2020 e 2021 e na qual foi 'vice' em 2022 e 2023.
"Não...
ou seja, é um dos melhores momentos da minha carreira, mas seguramente os
melhores momentos da minha carreira foram as vitórias na Volta a França. Vamos
ver o que acontece esta semana e daqui a uns anos, como 'assenta' este triunfo,
se acontecer", respondeu, ao ser questionado sobre se o
domínio absoluto nesta 'corsa rosa',
que termina no domingo, em Roma, entrava nos 'mais'
da sua carreira.
As menções ao Tour foram
constantes, quer nas perguntas, quer nas respostas, sem que 'Pogi' tenha conseguido ocultar que é na
outra 'grande' que tem os
olhos postos, embora o esloveno se tenha esforçado por manifestar o seu 'amor' pela 'corsa
rosa'.
"Ter
a camisola rosa no Giro era um sonho de há muito tempo. O meu calendário nunca
me tinha permitido vir à Volta a Itália. Ter conquistado a camisola rosa logo
no segundo dia foi um momento incrível, mesmo bonito. E posso ver quão grande é
a camisola rosa, especialmente aqui em Itália. Por outro lado, defendê-la dá-me
motivação. Tenho lutado muito para mantê-la e para aumentar a vantagem para os
perseguidores", declarou.
Revelando-se "feliz e orgulhoso" por ter
vencido no domingo a etapa 'rainha' da
107.ª edição, o ciclista da UAE Emirates assumiu que o seu quarto triunfo em
tiradas na estreia na prova italiana figura entre as suas melhores performances
na montanha, incluindo-se talvez até no 'top
3', com base nas sensações que teve na bicicleta.
Por deter uma "grande diferença" para os
perseguidores na geral, nomeadamente o britânico Geraint Thomas (INEOS), o 'vice' da passada edição que é segundo a
06.41 minutos, e o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe), terceiro a
06.56, o corredor de 25 anos assume que já pode "jogar
pelo seguro, [correr] de forma conservadora".
"Mas
nunca sabemos [o que pode acontecer]",
pontuou o sempre imprevisível e impulsivo 'Pogi',
mostrando inclusive desconhecer que o Stelvio já não fará parte do percurso da
etapa de terça-feira devido à queda de neve.
A supremacia do esloveno na 'corsa rosa' é
tanta que lhe permite pensar já mais adiante, e perspetivar o assalto à 'dobradinha' Giro-Tour.
"Estamos
'cimentados' na geral. Agora, temos uma boa diferença, esperamos que esta
semana seja boa para nós, sem despender muita energia. Ainda faltam seis dias,
vamos esperar que faça bom tempo. Primeiro, vamos acabar o Giro e daqui a uma
semana podemos começar a centrar-nos a 110% no Tour",
perspetivou.
Questionado sobre o calendário
que terá até à Volta a França, Pogacar usou a experiência de outros para
antecipar o que serão as suas semanas até ao arranque da 'Grande Boucle', em território italiano,
mais precisamente em Florença, em 29 de junho.
"Nunca
fiz Giro-Tour, mas baseado no que as pessoas dizem, se acabarmos bem o Giro e
recuperarmos depois disso, temos boas pernas na Volta a França. Esperemos que
isso aconteça, e que experiencie o mesmo que os outros quando fizeram a
'dobradinha'. Sei, com certeza, que tenho de acabar o Giro com boa moral, com
um bom nível, boa forma, e muita confiança, e depois relaxar um pouco, ir para
um 'training camp' e preparar-me. Penso que será suficientemente bom",
defendeu.
Instado a comparar a Volta a
Itália com as outras grandes Voltas em que participou, o bicampeão da Volta a
França e terceiro classificado da Vuelta2019 voltou a mencionar a prova
francesa.
"Participei
quatro anos consecutivos no Tour, vim para esta 'grande' e tentamos comparar,
mas não é possível. É uma corrida muito diferente, e talvez tenha sido isso que
mais me chamou a atenção. Tudo é diferente, por isso há uma atmosfera
diferente. É muito bom. Baseado na corrida em si, tem corrido bem até agora,
sem surpresas", resumiu.
A 107.ª Volta a Itália cumpriu
ontem o segundo dia de descanso e regressou esta terça-feira à estrada, para
cumprir a 16.ª etapa, entre Livigno e o Monte Pana, uma contagem de segunda
categoria onde terminam os 206 quilómetros da tirada, 'privada' do Stelvio devido ao risco de
avalanches.
Fonte: Record on-line
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