Por: José Morais
Fotos. Helena Morais
Depois de ano e meio de interregno, voltou novamente este domingo 11 de setembro mais uma Bênção Nacional do Ciclistas em Fátima, este ano denominada de “Carlos Vieira”, uma Bênção muito especial, já que se homenageou o mentor da mesma, que nos deixou a 15 de dezembro de 2020, vítima de uma pandemia.
Um grupo de amigos juntou-se
assim, para dar continuação ao projeto iniciado há vinte anos por Carlos
Vieira, o qual teve logo desde o primeiro dia o apoio e incentivo de D. Serafim
Ferreira e Silva, Bispo emérito de Leiria/Fátima, projeto esse que apenas em
2021 não se realizou motivado pelo Covid.
O regresso da Bênção, foi este ano bem recebida por muitos, e diversas entidades associaram-se também à iniciativa, e como objetivo principal seria também a de homenagear Carlos Vieira, foi preparado um programa diferente, e o mesmo iniciou-se em Leiria junto ao cemitério, onde o mesmo está sepultado, ai foi colocada uma coroa de flores pela Associação de Ciclismo de Santarém, e uma lapide pelos amigos, sendo ainda entoados cânticos pelo Irmão Missionário Artur Pinto, recordando assim o “Grande Homem” que foi “Carlos Vieira”.
Depois da homenagem, um grupo de ciclistas seguiu para Santa Catarina da Serra, onde a partir dai pedalaram até ao Parque 12 em Fátima acompanhados por um grupo de Motares, de salientar que nesse grupo ia inserido um elemento, o José Gonçalves, mas conhecido nos eventos como o “Estica”, que se fez transportar na sua bicicleta, com uma bandeira alusiva ao evento, com a imagem de “Carlos Vieira”, no parque 12 juntou-se depois o grupo a outros ciclistas e outras pessoas que os esperava, aqui foram distribuídas águas e bolos a todos os participantes, oferecidos pelas Águas de Penacova, pela pessoa de Pedro Relvão.
Durante a estadia no Parque 12, existiu momentos de convívios, reencontros, já que ano e meio de interregno, muitos já não se viam desde a última Bênção, foi tempo de cumprimentar D. Serafim Ferreira e Silva que estava a receber os participantes da homenagem. Antes do início do passeio de bicicleta até Valinhos, ao Calvário Húngaro, no recinto da Capela de Santo Estevão, os ciclista ainda se dirigiram ao Santuário para fazer uma foto de grupo.
Dada a partida rumo a Valinhos, os ciclistas pedalaram para participar em mais uma Bênção, chegada ao local da mesma, debaixo de forte calor e muito Sol, os participantes aguardaram o início da Santa Missa, depois de terem sido distribuídos entre todos panfletos com os cânticos e o Hino dos Ciclistas de autoria do Irmão Missionário Artur Pinto, o qual ele iniciava assim os cânticos, e iniciava-se a Eucaristia, sendo presidida como habitualmente por D. Serafim Ferreira e Silva, e pelo Padre Vítor Lamosa, Capelão do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira, Covilhã, que também se quis associar ao evento, e fez questão de marcar presença, e com os cânticos interpretados pelo Irmão Missionário Artur Pinto.
Depois de se realizar a Santa Missa, foi tempo de fazer algumas intervenções, a primeira feita por Alejandra Freitas, uma Senhora que se associou à iniciativa, ela que teve conhecimento da Bênção, ficou fascinada pela mesma, pedalou de Lisboa a Leiria de bicicleta na véspera, ela que era uma desconhecida do homenageado, fez questão de participar e pedalar, oferecendo-se para ler a mensagem deixada pela família de Carlos Vieira, que por motivos de força maior não pode marcar presença, uma mensagem muito forte, muito sentida, que tocou e emocionou todos os presentes.
A seguinte intervenção, veio também de uma Senhora que nunca tinha conhecido pessoalmente Carlos Vieira, Janete Costa, escritora, teve conhecimento do falecimento na altura e através da colaboração com O Praticante, elaborou um poema dedicado ao mesmo na altura, fez questão de marcar presença, e associou-se também ao evento, fazendo um novo poema, que recitou, palavras lindas, emocionais, frases com história, um poema que fez chegar as lagrimas aos olhos de muitos presentes.
Antes dos agradecimentos
finais, foi também chamada Leonor Silva, a viúva de Pedro Silva, antigo
ciclista, responsável pela Equipa Profissional de Ciclismo Tavfer Mortágua Ovos
Matinados, falecido o ano passado em véspera do início da Volta a Portugal.
Leonor Silva foi a única representante de uma equipa de ciclismo profissional, a mesma agradeceu o convite feito pelo Dr. António Figueiredo em marcar presença, Leonor Silva referiu a ligação entre seu marido Pedro Silva e o mesmo, várias vezes treinaram juntos, e partilharam muitas histórias, e como um momento especial que era a Bênção, estava muito satisfeita em estar ali nesse dia, representado o seu marido, e a equipa que agora está como responsável, um desejo de seu marido.
A terminar as intervenções, a organização agradeceu a todos os que associaram à iniciativa, ao Centro Hospitalar e Universitário da Cova da Beira, a Federação Portuguesa de Ciclismo, a Associação de Ciclismo de Santarém, ao Santuário de Fátima, ao Município de Leiria, as Águas de Penacova pela pessoa de José Pedro Relvão, a Escritora Janete Costa, ao Irmão Missionário Artur Pinto, ao Padre Vítor Lamosa, a Leonor Silva da Equipa Profissional de Ciclismo Tavfer Mortágua Ovos Matinados, a Alejandra Freitas pela disponibilidade de ler a mensagem, ao Luis Dias pela recolhas de imagens, a RTP pela divulgação, à Antena 1 do programa de José Candeias pelas sua disponibilidade, e aos órgãos de comunicação social que nos últimos anos se tem associado na divulgação das Bênção, O Praticante, A Noticias, e a Revista Notícias do Pedal, e a todos que apoiaram e participaram.
Alguns testemunhos
Dr. António Figueiredo dizia; “durante os poucos anos que o conheci, foi inesquecível, foi uma figura que me marcou, e havia todo o sentido de recomeçarmos a Bênção, por isso passado este tempo, teríamos de fazer esta homenagem, primeiro no cemitério na sua campa, e depois a Bênção, sobre este Grande Homem temos muito de referi, mas é difícil falar, já que ainda não assumi que o mesmo já não se encontra entre nós, mas teremos de o recordar sempre”.
João Pedro Arraiolos, presidente da Associação de Ciclismo de Santarém dizia; “Carlos Vieira apesar de ser um atleta, era um grande amigo, conheci durante 30 anos, era um excelente atleta, um bom dirigente, um excelente organizador, e temos de destacar a sua paixão e dedicação pelo ciclismo, por isso temos de apoiar esta iniciativa, esperamos poder a continuar a fazê-lo, já que a causa é nobre, e Carlos Viera sem dúvida merece continuar a ser recordado”.
A escritora Jante Costa dizia; “Aceitei o convite de marcar presença para ler o poema, tenho pena de não ter conhecido pessoalmente Carlos Vieira, porque pela pesquisa que fiz era um Grande Homem, um grande atleta, um grande devoto a Nossa Senhora de Fátima”, e confessava, “Cada vez que mais descobria coisas sobre ele, mais me fascinava, tudo o que fez, os seus projetos, e como mensagem, sejam como “Ele”, não desistam, lutem, e tenham acima de trudo muita Fé”.
Fafa Herc, uma ciclista que veio de Lisboa e com presença assídua, dizia; “Costumo marcar presença, este ano muito especial, não podia faltar”.
Alejandra Freitas, também veio de Lisboa dizia; “ Sou uma estreante na Bênção, vim de Lisboa a pedalar para participar, é muito importante marcar presença, a presença de todos aqui é para homenagear um Grande Homem, é importante, e os estarmos hoje todos aqui, perder um pouco do nosso tempo, é o mais importante, estamos por uma causa”.
Os Amigos das Pasteleiras de Santa Catarina presença assídua diziam; “Não podíamos deixar de marcar presença, infelizmente perdemos um amigo, e fazer esta homenagem é muito importante, ele merece sem dúvida, foi ele que lutou muito para a sua realização, não está presente fisicamente, mas estará sempre no nosso coração”.
Herculano Oliveira, era conhecido pelo Andorinha das Penhas, ele que era um rival do malogrado Joaquim Agostinho dizia; “Não poderia deixar de estar presente, era um amigão, é uma homenagem muito merecida, sempre pronto para ajudar o próximo, apesar de nunca ter pedalado com ele, era um grande amigo, hoje em Leira fiquei sem palavras, emocionei-me, mas não o podemos esquecer”.
D. Serafim Ferreira e Silva dizia no final; “O Carlos Vieira não está entre nós presencialmente, mas estará sempre nos nossos corações, o Carlos é um símbolo desta Bênção, homenageamos o fundador deste evento, e esperemos que possamos continuar com o evento”, perguntamos se iria marcar presença na 20ª edição no próximo ano e dizia: “Vou dizer a São Pedro, se cá estiver estarei disponível, se isso não acontecer, não estarei presencialmente, mas estarei no coração de todos”.
E no final de mais uma Bênção,
com tudo o que já foi dito, pouco mais para descrever, tivemos um dia magnifico
com o sol com muito calor a aquecer todos os presentes, não tivemos tantas
presenças como em edições anteriores, a altura da sua realização, o haver
muitos eventos no mesmo dia, a falta do seu principal mentor, o motivo do
interregno de uma pandemia que mudou alguns hábitos, e criou algumas
limitações, talvez fosse o motivo de a adesão não ter sido a esperada, porem,
foi sem dúvida muito positivo, e o objetivo foi cumprido.
Esperamos que a iniciativa possa continuar, que existam apoios para se poder seguir em frente, a Bênção Nacional dos Ciclistas, agora denominada de “Carlos Vieira” em homenagem ao seu mentor, não deverá terminar, da nossa parte continuaremos a divulgar, e a dar o nosso apoio, agradecemos a participação e o apoio de todos.
Da minha parte, que tenho
acompanhado desde o primeiro dia a Bênção Nacional dos Ciclistas, e ao terminar
esta reportagem, durante este artigo a imagem de um grande amigo não saiu da
minha cabeça, e estas última palavras começaram a ser muito difíceis de
escrever, não tendo mais palavras, termino, apenas com a seguinte frase, “Obrigado Amigo, nunca te esqueceremos, não estás
presente, mas estarás sempre presente nos nossos corações, até sempre Carlos
Vieira”.
Pode visualizar todas as fotos do evento em:
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