A edição de 2021 da Volta a Portugal Santander inicia-se nesta quarta-feira, 4 de agosto, e prolonga-se até dia 15. Estão inscritos 126 corredores, em representação de 18 equipas. Damos uma panorâmica de cada uma das equipas para começarmos a perspetivar aqueles que poderão ser os grandes protagonistas da corrida.
W52-FC
Porto
A W52-FC Porto apresenta-se com os vencedores das duas últimas edições da corrida, João Rodrigues e Amaro Antunes. E, desta vez, enriquece o coletivo com aquele que foi um dos principais adversários ao longo das últimas épocas, Joni Brandão. O restante plantel dá garantias de consistência, com o diretor desportivo, Nuno Ribeiro, a apostar na experiência. De tal maneira que até deixa de fora o campeão nacional de fundo, José Neves, que foi um dos corredores do pelotão nacional em maior evidência na presente época. Não há como não considerar os portistas como os principais favoritos à vitória.
Movistar
Team
A única WorldTeam do pelotão
alinha com um elenco jovem e sem as figuras mais mediáticas do plantel. Mas
entre os escolhidos há corredores de qualidade e competitivos, que poderão dar
nas vistas nas etapas mais duras, mas também na luta pela geral. Destaca-se o
campeão de contrarrelógio e fundo de Porto Rico, Abner González, cujo bom
momento ficou patente com os recentes lugares em Getxo (4.º) e Castela e Leão
(5.º). Ainda não completou 21 anos, pelo que será um elemento a ter em conta na
disputa da classificação da juventude. Sergio Samitier, 13.º no Giro de 2020,
poderá tentar posicionar-se entre os dez melhores da geral.
Bingoal
Pauwels Sauces WB
A equipa belga é a mais bem
posicionada no ranking entre as ProTeam presentes na Volta. O coletivo da
Valónia tem em Laurens Huys a melhor hipótese de tentar um top 10 na geral
final. Será mais provável ver os homens do equipamento amarelo em fuga,
procurando ganhar etapas de longe e bater-se pela classificação da montanha.
Boris Vallée e Joel Suter são corredores a ter em conta nas eventuais chegadas
ao sprint, sobretudo porque são rápidos e preferem chegadas mais acidentadas,
tal como as da Volta a Portugal deste ano.
Caja
Rural-Seguros RGA
A sempre combativa equipa
espanhola compete em Portugal com a ambição de ganhar etapas e de tentar estar
junto dos homens da frente nas etapas mais duras. Foi em fuga que a Caja
Rural-Seguros RGA conseguiu as vitórias de etapa na Volta de 2019 e de 2020. Em
2021 não faltarão os representantes da equipa nas fugas. Será interessante seguir
o desempenho do colombiano Jhojan García, corredor que, em 2021, teve uma
primavera de qualidade, sendo o quarto classificado nas Voltas à Turquia e à
Hungria, em ambos os casos ombreando com equipas WorldTour. David González e
Orluis Aular são opções para as eventuais chegadas ao sprint.
Euskaltel-Euskadi
A equipa basca aprecia correr
em Portugal. Não apresenta qualquer nome que faça soar as campainhas. Ou seja,
entre os convocados da Euskaltel-Euskadi não se vislumbra quem possa lutar pela
classificação geral ou pelas etapas que terminem de acordo com o guião
previsível. No entanto, não restam dúvidas de que as camisolas laranja serão
das mais visíveis da prova, presentes nas fugas, procurando alterar a ordem
natural das coisas e lutando por decidir as etapas entre os escapados.
Burgos-BH
Coincidindo a Volta a Portugal
com a Volta a Burgos e com a Volta a Espanha, que começa em Burgos, a formação
burgalesa surge longe da máxima força. Mas irá alinhar com corredores a
precisar de dar nas vistas para garantir o futuro profissional, o que antecipa,
pelo menos, combatividade por parte dos homens que equipam de roxo. O
neerlandês Alex Molenaar é um ciclista a ter em conta nas disputas ao sprint.
Equipo
Kern Pharma
Enrique Sanz é a referência da
equipa espanhola e pode dar alguma alegria à Kern Pharma, pois trata-se de um
sprinter que passa bem as subidas - já venceu uma etapa da Volta a Portugal no
monte de Santa Luzia! Ausente da Volta a Espanha, a equipa surge em Portugal com
o bloco mais forte. José Félix Parra, recente vencedor do Tour de Alsace, e
Iván Moreno têm dado boas indicações em provas montanhosas, ambicionando,
certamente, estar na luta pelo top 10. Quando inspirado, Diego López faz bons
contrarrelógios, tendo hipóteses de se mostrar em Lisboa e em Viseu.
Rally
Cycling
A equipa oriunda dos Estados
Unidos da América é uma das presenças mais assíduas nas estradas portuguesas,
onde não teve grande sorte com os acidentes que marcaram a participação na
edição de 2020 da Volta. Tem um conjunto homogéneo, com corredores que
apresentam currículos interessantes em provas de uma semana. Não surpreenderia
se conseguisse colocar um elemento na discussão dos dez primeiros da geral.
Efapel
O conjunto sediado em Águeda
perdeu Joni Brandão para os rivais da W52-FC Porto, mas reforçou-se com
Frederico Figueiredo, terceiro classificado em 2020. O uruguaio Mauricio
Moreira também passou a integrar o plantel e, tendo em conta os resultados nos
últimos dois meses, pode ser visto como candidato aos postos cimeiros. António
Carvalho permanece na equipa e completa o tridente que faz da Efapel uma das
equipas mais temíveis do pelotão. O diretor desportivo, Rúben Pereira, apostou
na experiência para disputar a Volta, deixando de fora os sub-23 do plantel.
Israel
Cycling Academy
Equipa continental de
desenvolvimento com forte componente de juventude. Alastair Mackellar já sabe o
que é ganhar em Portugal, pois impôs-se com autoridade na segunda etapa do
Troféu Joaquim Agostinho, um sprint restrito depois de o pelotão ter completado
quatro voltas ao exigente circuito torriense. O britânico Mason Hollyman, com
um percurso consistente no circuito sub-23, é um dos candidatos às primeiras
posições na geral da juventude.
Tavfer-Measindot-Mortágua
No ponto alto de uma época que
tem sido de afirmação, com resultados importantes e vitórias, a formação
mortaguense chega à Volta a Portugal com ambição de protagonismo. Iúri Leitão
será uma seta apontada nas chegadas que terminem em pelotão compacto, lamentando,
certamente, que não se prevejam muitos dias com essa tipologia. Joaquim Silva e
Tiago Antunes têm vindo a mostrar-se ao longo da temporada, sendo, por direito
próprio, candidatos ao top 10. O desaparecimento do mentor do projeto, Pedro
Silva, foi um choque, mas também será um motivo para a equipa se superar, de
modo a homenagear quem tanto deu à modalidade.
Louletano-Loulé
Concelho
A equipa algarvia é uma
entente de nações diferentes, com forte pendor da América Latina. O argentino
Tomás Contte, sprinter que passa a média montanha, já brilhou em 2021,
impondo-se no GP ABIMOTA. O colombiano César Nicolás Paredes e o venezuelano
Roniel Campos, com currículo nas corridas mais duras da América Latina, querem
provar em solo Europeu que também são competitivos no ciclismo do velho
continente.
Antarte-Feirense
O espanhol Vicente García de
Mateos, apagado nas edições de 2019 e 2020 da Volta a Portugal, é a maior
esperança da equipa para a classificação geral. Para isso, terá de recuperar a
forma de 2018, quando terminou a corrida subindo ao pódio como terceiro
classificado. Rafael Silva e Gonçalo Amado, já com vitórias em 2021, serão
outras das figuras da Antarte-Feirense, uma equipa da qual se espera também a
presença nas fugas e a batalha pela classificação da montanha.
Kelly-Simoldes-UDO
Henrique Casimiro e César
Fonte são os pilares da experiência num coletivo em que a juventude é rainha.
Luís Gomes, vencedor de uma etapa e da classificação por pontos em 2020, é
outro nome em foco, fazendo a ponte entre os mais jovens e os mais “calejados”
do plantel. Pedro Miguel Lopes deverá ser a aposta da equipa para tentar a
camisola da juventude.
Rádio
Popular-Boavista
João Benta e Luís Fernandes
têm estado na discussão dos primeiros lugares nos últimos anos e o percurso
deste ano, muito montanhoso, favorece a ambição de ambos. A experiência do
eterno irreverente Tiago Machado será um dos pilares dos boavisteiros, sempre
candidatos à classificação da montanha, que ganharam em 2019, com Luís Gomes, e
em 2020, com Hugo Nunes. Afonso Silva quererá afirmar-se como corredor
completo, tendo, certamente, a classificação da juventude em ponto de mira.
LA
Alumínios-LA Sport
A ausência de Sérgio Paulinho
deixa a equipa órfã de experiência e completamente entregue à irreverência da
juventude. Ninguém ficará admirado se vir os corredores da equipa de Paio Pires
a animar as fugas. Também não é segredo que os comandados de Hernâni Broco vão
bater-se pelas primeiras posições na classificação dos mais jovens.
Atum
General-Tavira-Maria Nova Hotel
Os algarvios funcionarão como
enclave galego na Volta a Portugal, apostando na veterana dupla formada por
Gustavo César Veloso e Alejandro Marque, dois corredores que já sabem o que é
ganhar esta corrida, tendo Gustavo sido o segundo classificado em 2020. Toda a
equipa está construída em prol deste objetivo de luta pela geral, com Vidal
Fitas a abdicar do sprinter César Martingil e dos mais jovens do plantel.
Swift Carbon Pro Cycling
A equipa que representa a
marca de bicicletas que também equipa a W52-FC Porto é uma incógnita para esta
Volta a Portugal, primeira corrida UCI da temporada para a estrutura britânica.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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