Ciclista esloveno venceu recentemente a Volta à Eslovénia e parte confiante para a prova que começa sábado
Fonte: Lusa
Foto: EPA/Arquivo
O jovem esloveno Tadej Pogacar
(UAE Emirates) mostrou-se esta quinta-feira pleno de confiança na defesa do
título na Volta a França em bicicleta, um estado partilhado pelo compatriota
Primoz Roglic (Jumbo-Visma), o segundo classificado do ano passado.
"A preparação
correu muito bem, de forma descontraída. Após a Volta à Eslovénia [que ganhou]
e os campeonatos nacionais, sinto-me em forma e cheio de confiança",
declarou o mais jovem vencedor do Tour desde 1904.
Pogacar, de apenas 22 anos,
chega à 108.ª Volta a França após (mais) uma temporada de sucessos,
nomeadamente na Liège-Bastogne-Liège e Tirreno-Adriático, e o seu discurso
denota descontração, com o líder da UAE Emirates, do português Rui Costa, a
falar de "uma primeira semana mais
nervosa do que no ano passado, mas divertida".
"Sobretudo,
as chegadas das duas primeiras etapas são difíceis. Não temos nenhuma ideia do
que poderá acontecer, mas será apaixonante. Reconheci praticamente todas as
etapas de montanha, incluindo a de Tignes [nona]. Vai ser muito duro",
perspetivou.
Questionado sobre os blocos
poderosos da Jumbo-Visma, do homem a quem 'roubou' a vitória no Tour2020 na
penúltima etapa, e da INEOS, o campeão em título lembrou que "há equipas fortes à partida, mas é sempre o que
acontece" na prova francesa.
"No
Tour, é preciso concentrarmo-nos em nós mesmos e não cometer erros, embora
sabendo quem são aquelas que vão lutar pela geral. No final de contas, veremos
na estrada quem é o mais forte", resumiu.
A dois dias do arranque da
Grande Boucle, em Brest, os grandes favoritos à conquista da 108.ª edição
desfilaram em (video) conferências de imprensa, com Primoz Roglic, o grande
derrotado de 2020, a analisar "a abordagem um pouco diferente" que
fez a este Tour, que o levou a estar afastado da competição desde o final de
abril.
"Em
2019, quase não competi entre a Volta a Itália e a Volta a Espanha e correu bem
[venceu a Vuelta]. Venho de um estágio em altitude, pelo que estarei preparado.
Estou confiante e veremos o que acontecerá",
disse.
O esloveno de 31 anos, que
dominou a última edição e perdeu de forma espetacular a amarela no
contrarrelógio da última etapa, elogiou a sua equipa "superforte", dizendo ter
confiança nos seus companheiros.
"Quero
mostrar o melhor de mim e os meus colegas também",
rematou.
Quem também está desejoso de
voltar a exibir-se nas estradas franceses, após um ano de ausência, é o galês
Geraint Thomas, vencedor da Volta a França em 2018 e segundo no ano seguinte,
atrás do colega colombiano Egan Bernal.
"Esta
temporada começou melhor, com bons resultados para a equipa. Custou-me voltar a
um bom nível de forma depois de ganhar o Tour em 2018. Depois fui segundo em
2019 e estou muito orgulhoso desse resultado, porque estava em condições de
ganhar e só um companheiro de equipa o impediu",
recordou.
Este ano, o principal líder da
INEOS acredita que terá pela frente "um
grande talento" chamado Tadej Pogacar.
"A
primeira semana será difícil, certamente. Será caótico e stressante. O primeiro
contrarrelógio é longo [27,2 quilómetros na quinta etapa]",
referiu, defendendo que o pelotão está "mais competitivo" do que
quando vestiu de amarelo em Paris.
Ao seu lado, o galês de 35
anos terá um co-líder, o equatoriano Richard Carapaz, vencedor da Volta a
Itália em 2019, que após ter-se estreado no Tour no ano passado, volta à prova
francesa "com grande entusiasmo"
por estar numa "grande equipa" e por "enfrentar o objetivo
traçado no início da temporada", o de tentar devolver a amarela final à
INEOS.
"É
um grande corredor, que já venceu o Tour. Eu tenho a experiência de um único
ano, apesar de ter corrido outras grandes Voltas",
disse, referindo-se ao seu companheiro.
A INEOS vai alinhar com outras
duas grandes figuras, o australiano Richie Porte, terceiro no ano passado atrás
do duo esloveno, e o britânico Tao Geoghegan Hart, vencedor do Giro'2020, com a
missão de voltar a conquistar a mais importante corrida do calendário, algo que
fizeram em sete ocasiões nas últimas nove edições, com quatro ciclistas
diferentes.
"O
Tadej Pogacar é o homem a bater. Nós teremos de lutar como equipa, porque temos
um lote maior de corredores de alto nível. Ele não poderá seguir-nos a todos
[...]. No início do Tour, cada um fará a sua própria corrida. Temos quatro
corredores que podem pensar na camisola amarela. Depois, analisaremos dias a
dia. São os resultados e a corrida que ditam a hierarquia",
sublinhou Porte.
A 108.ª edição da Volta a
França arranca no sábado em Brest, e termina a 18 de julho, em Paris
Fonte: Record on-line
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