quinta-feira, 24 de junho de 2021

“Rui Costa quer ajudar Pogacar no Tour: «Temos de tentar defender o titulo do ano passado»”


Ciclista português confessa que estar de regresso à Volta a França é uma "sensação muito agradável"

 

Por: Lusa

Foto: UAE Emirates Team

Rui Costa está de regresso à Volta a França com o "orgulho" e a "responsabilidade" de integrar o oito da UAE Emirates que defenderá o título de Tadej Pogacar, uma missão coletiva que condiciona objetivos pessoais.

"Regressar à Volta a França é uma sensação muito agradável. Eu adoro fazer o Tour. Já tive momentos muito bons aqui, momentos menos bons, devido a quedas, problemas de saúde, mas penso sempre no lado positivo, no que realmente correu melhor. Ganhei já três etapas. E o Tour é o Tour. Acaba por ser a corrida mais importante que temos ao longo do ano", confidenciou, visivelmente feliz.

Em entrevista à agência Lusa, a partir de Brest, onde este sábado arranca a 108.ª edição da Volta a França, o ciclista português assumiu que, "especialmente este ano, fazer parte do oito do Tour é um orgulho".

"Estar aqui juntamente com o ex-vencedor do Tour, o meu colega Tadej, acaba por ser muito bom. Temos a responsabilidade de ter de fazer tudo muito bem, porque temos de tentar defender o título do ano passado. Por isso também aqui estou, para tentar ajudá-lo da melhor maneira", reforçou.

Após um ano de ausência, o poveiro, de 34 anos, regressa a uma corrida de "duras batalhas e memórias bem frescas", onde venceu três etapas (uma em 2011 e duas em 2013), em nove participações, e escreveu das mais bonitas páginas do ciclismo português na última década na 'Grande Boucle', que concluiu na 18.ª posição em 2012.

Mas, nesta 108.ª edição, Rui Costa sabe que estar ao lado de Pogacar, "um miúdo com tanto potencial, uma joia de miúdo, super-humilde e tranquilo" deixa pouca margem para objetivos pessoais.

"Este ano acaba por ser um pouco diferente. Acho que a equipa está um bocado traçada só para um objetivo e o corredor que nos importa é o Tadej, e toda a equipa irá funcionar à volta do Tadej. Todos os que estamos aqui, estamos para o ajudar. Não digo que depois, taticamente, mais para a frente, não seja importante meter um colega na fuga, e até depois possa vir a disputar a etapa. Mas, neste momento, o único foco que tenho é estar com o Tadej e ajudá-lo nas situações mais difíceis que sejam necessárias", completou.

Ciente de que a sua experiência foi um fator de peso na sua seleção - "tudo aquilo que eu recolhi ao longo destes anos espero que possa ajudar nestas três semanas que iremos ter pela frente" -, Costa confessou que só recentemente foi escolhido para escoltar o jovem esloveno, de apenas 22 anos, nesta edição.

"Não estava muito encaminhado para o Tour. Nas últimas três semanas, acho que eles [diretores desportivos] decidiram [optar por] quem estava mesmo bem fisicamente, porque já tinham um lote de corredores que iam fazer o Tour, mas houve bastantes mudanças. Sobretudo, terminar a Volta à Suíça da maneira que terminei, fê-los mudar a ideia e daí terem optado por trazer-me", revelou à Lusa o corredor, que foi sétimo na prova suíça que já venceu em três ocasiões.

O campeão mundial de fundo de 2013 reconheceu ainda que a ausência de Tóquio'2020 também influenciou "um pouco", uma vez que "ao longo de praticamente três anos" teve "um plano específico a pensar nos Jogos".

"No ano passado, já não fiz o Tour a pensar nos Jogos - simplesmente eles não foram feitos. Voltámos a adiar um ano e, no meu calendário, o Tour ficou novamente de fora a pensar nos Jogos, mas eu acho que a minha vinda ao Tour não tem a ver com eu ter ficado fora dos Jogos, mas sim com o meu rendimento na Volta à Suíça", analisou, mostrando aceitar e respeitar a decisão do selecionador, José Poeira, que convocou Nelson Oliveira (Movistar) e João Almeida (Deceuninck-Quickstep) para Tóquio'2020.

Concentrado agora na 'Grande Boucle', Costa aponta Primoz Roglic (Jumbo-Visma), o segundo classificado do ano passado, como o grande rival do seu compatriota, que lhe 'roubou' a vitória na penúltima etapa da última edição, considerando que o forte bloco da INEOS, liderado pelo britânico Geraint Thomas, vencedor do Tour'2018, e o equatoriano Richard Carapaz, vencedor do Giro'2019, é o outro grande perigo na defesa do título de Pogacar.

Sobre o percurso, menos montanhoso do que nas edições anteriores, o ciclista da UAE Emirates admitiu que "a primeira semana não tem muita montanha", mas notou que a dureza da corrida "depende sempre da velocidade e do nervosismo", assim como "do vento e do clima".

"O Tour acaba por ser sempre duro. Tendo muita montanha ou tendo pouca, a dureza vai-se acumulando. Eu acredito que quando chegarem as etapas do Alpes, as coisas vão ao seu sítio. O Tour com muita montanha ou um pouco menos de montanha, vai ser sempre duro. Será corrido de outra forma, mas as etapas que às vezes parecem que menos interesse podem ter para uma geral, são as que possivelmente podem ter mais perigos. Temos de estar sempre de olhos bem abertos", resumiu.

O experiente português disse ainda estar "muito feliz" por ter Ruben Guerreiro (EF Education-Nippo) entre os participantes da 108.ª edição da prova francesa, que termina em 18 de julho, em Paris, assumindo que é "gratificante" ver os miúdos do ciclismo português a crescer.

Fonte: Record on-line

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