Senhora da Graça. Se há subida mítica na Volta a Portugal é esta, claro que a par da Serra da Estrela. Mas sempre houve algo de especial no Monte Farinha e os ciclistas sentem isso. Este ano pode surgir um pouco mais cedo na Volta a Portugal. Bastante cedo, logo ao terceiro dia. Poderá não ser decisiva, mas tem o potencial para quem tive um mau dia, perder tempo difícil de recuperar. Seja um candidato à geral ou não, todos querem ali ganhar, o que poderá fazer da segunda etapa da Volta um dia muito animado.
Os cerca de oito quilómetros
finais, com percentagens máximas quase nos 10% e mínimas de seis, são “apenas”
o culminar de uma etapa muito complicada e que deixará os ciclistas já algo
desgastados quando chegarem a Mondim de Basto e olharem lá bem para cima, com o
santuário a parecer tão longe.
Paredes, local que
recentemente recebeu os Nacionais de ciclismo, será o palco da partida para os
167 quilómetros. Pouco depois, Rebordosa apresentará uma subida de quarta
categoria. Mas será só para aquecer. A Serra do Marão e o Barreiro, são duas de
primeira, tal como a Senhora da Graça. Pelo meio, mais uma quarta, no Velão. No
Barreiro surge ainda o piso em empedrado, poucos metros logo no início de uma
autêntica rampa. Felizmente, a meteorologia será simpática.
A etapa desta terça-feira será
a primeira oportunidade para definir um pouco melhor a geral. Gustavo Veloso
terá um teste à liderança, ele que ali venceu em 2016, na primeira de quatro
vitórias consecutivas da W52-FC Porto: Raúl Alarcón ganhou em 2017 e 2018 e
António Carvalho no ano passado. Este último mudou-se para a Efapel, onde Joni
Brandão tem sete segundos para recuperar, o tempo perdido no prólogo de Fafe.
Mas Carvalho está também apenas a seis. São duas equipas que nesta etapa da
alta montanha vão querer começar a impor-se.
E a Efapel também tem boas
recordações da Senhora da Graça. Em 2015, Filipe Cardoso – que se retirou no
final de 2019 – alcançou um dos melhores momentos da carreira ao fugir e
conseguir chegar à meta antes de ser alcançado. Atrás de si vinha Joni Brandão,
que, como bom colega de equipa, não lhe tirou a vitória. A sua luta era pela
geral.
Regressando a 2020, Vicente
García de Mateos (Aviludo-Louletano) está a 12 segundos de uma liderança que há
muito sonha, com Frederico Figueiredo (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel a
ver-se em terreno que gosta mais, depois de ter perdido 23 segundos no prólogo.
Porém, se há algo de bom na
Senhora da Graça, numa perspetiva de quem assiste, é que ser candidato não
garante nada. As surpresas acontecem e são muitos os ciclistas que podem
intrometer-se na luta pela vitória de etapa, principalmente em equipas que
estão na Volta com esses objetivos e não a geral.
E Hernâni Brôco pode tentar
levar um dos seus ciclistas da LA Alumínios-LA Sport à vitória. Afinal, sabe
bem como é ganhar na Senhora da Graça.
O pelotão parte às 12h30 do
Parque da Cidade de Paredes, com chegada prevista à Senhora da Graça entre as
17h25 e 17h45.
Vencedores
na Senhora da Graça:
1978 – João Costa (Campinense)
1979 – Marco Chagas
(Lousa-Trinaranjus)
1980 – Neutralizada
1981 – Benjamim Carvalho
(Coimbrões-Fagor)
1983 – Venceslau Fernandes
(Rodovil-Ajacto)
1984 – Manuel Cunha
(Ovarense-Herculano)
1985 – Marco Chagas
(Sporting-Raposeira)
1986 – Carlos Moreira
(Sangalhos-Recer)
1987 – Manuel Vilar
(Boavista-Sportlis)
1988 – Carlos Moreira
(Boavista-Sarcol)
1989 – Santiago Portillo, Esp
(Lótus-Zahor)
1990 – Joaquim Gomes
(Sicasal-Acral)
1991 – Jorge Silva
(Sicasal-Acral)
1992 – Cássio Freitas, Bra
(Recer-Boavista)
1993 – Quintino Rodrigues
(Imporbor-Feirense)
1994 – Felice Puttini, Sui
(Brescialat)
1995 – António Correia
(Janotas & Simões)
1996 – Massimiliano Lelli, Ita
(Saeco-Levira)
1997 – Zenon Jaskula, Pol
(Mapei)
1998 – Jose Luis Rebollo, Esp
(Recer-Boavista)
1999 – Michele Laddomada, Ita
(LA-Pecol)
2000 – Claus Moller, Din
(Maia-MSS)
2001 – Jose Luis Rebollo, Esp
(Festina)
2002 – Joan Horrach, Esp
(Milaneza-MSS)
2003 – Pedro Arreitunandia,
Esp (Carvalhelhos-Boavista)
2004 – David Arroyo, Esp
(LA-Pecol)
2005 – Adolfo Garcia Quesada,
Esp (Comunitat Valenciana)
2006 – João Cabreira
(Maia-Milaneza)
2007 – Eladio Jimenez, Esp
(Karpin-Galicia)
2008 – Juan Cobo Acebo, Esp
(Scott-American Beef)
2009 – André Cardoso, Por
(Palmeiras Resort-Prio)
2010 – David Blanco, Esp (Palmeiras
Resort-Prio)
2011 – Hernâni Broco, Por
(LA-Antarte)
2012 – Rui Sousa, Por
(Efapel-Glassdrive)
2013 – Sergio Pardilla, Esp
(MTN-Qhubeka)
2014 – Edgar Pinto, Por
(LA-Antarte)
2015 – Filipe Cardoso, Por
(Efapel)
2016 – Gustavo Veloso, Esp
(W52-FC Porto)
2017 – Raúl Alarcón, Esp
(W52-FC Porto)
2018 – Raúl Alarcón, Esp
(W52-FC Porto)
2019 – Antóno Carvalho (W52-FC
Porto)
Fonte: Federação Portuguesa
Cclismo
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