Ciclista basco teve vitória na frenética terceira etapa da Volta a Portugal
Por: Lusa
A audácia de Oier Lazkano foi
hoje recompensada com a vitória na frenética terceira etapa da Volta a
Portugal, com o basco a estrear o seu palmarés graças ao seu talento a descer e
à desorganização do pelotão.
"Não posso dizer como é
ganhar uma etapa, porque ainda não estou em mim. Mas estou muito contente.
Acaba por ser o culminar de um trabalho de todos estes meses, em que estivemos
fechados em casa. Sinto-me verdadeiramente muito bem", resumiu o ciclista
da Caja Rural, de apenas 20 anos.
Na véspera da chegada à Torre,
o pelotão não se poupou a esforços, com os favoritos em permanente estado de
alerta, devido às sucessivas movimentações, quer de 'anónimos', ansiosos por
entrar numa fuga, quer de candidatos, com jogadas mais ou menos inesperadas,
que, ainda assim, não causaram qualquer diferença na geral liderada por Amaro
Antunes (W52-FC Porto)
O pequeno suspiro entre
montanhas era a montra ideal para mostrar a camisola e foram várias as
tentativas para formar uma fuga duradoura, sem sucesso. Ángel Madrazo
(Burgos-BH), Sergio Martín e Ion Irisarri (Caja Rural), Luís Gomes
(Kelly-Simoldes-UDO), Bruno Silva (LA Alumínios-LA Sport), Joaquim Silva
(Miranda-Mortágua), Sérgio Paulinho (Efapel) e David Rodrigues (Rádio
Popular-Boavista) foram aqueles que mais perto estiveram, chegando a ter uma
vantagem superior a dois minutos para o pelotão, mas acabaram por ser
alcançados ao quilómetro 92 da ligação que partiu de Felgueiras.
Numa jornada de 171,9
quilómetros muito agitada, de permanente ataque e contra-ataque, Ricardo Mestre
caiu de rosto no chão, mas nem assim deixou de ser o mais trabalhador dos
'dragões' na frente do pelotão, nomeadamente quando a Efapel -- que viu Luís
Mendonça desistir no decurso da tirada, por motivos pessoais - tentou, no
abastecimento apeado, replicar uma 'velha' estratégia das equipas ganhadoras,
com Joni Brandão a lançar-se para a frente, numa tática que redundou num
rotundo fracasso.
Ao quilómetro 105, na
aproximação à contagem de segunda categoria de Bigorne, a Rádio
Popular-Boavista mexeu na corrida para defender a camisola da montanha de Hugo
Nunes, originando uma nova fuga integrada pelo feliz vencedor, que se
distanciou dos restantes fugitivos e do pelotão graças a um impressionante
talento para descer.
Num verdadeiro contrarrelógio
até à meta, o basco de 20 anos beneficiou da desorganização na perseguição, com
as equipas dos homens rápidos a hesitarem e 'atirarem' a responsabilidade umas
para as outras, comprometendo o previsível 'sprint' em Viseu, e deixando
imagens tão curiosas como Gustavo Veloso (W52-FC Porto) a sair do pelotão, na
roda de um ciclista da Burgos-BH, para rápida resposta de Brandão.
Alheio a estas escaramuças,
Oier Lazkano prosseguiu a sua caminhada triunfal, cortando a meta com o tempo
de 04:13.15 horas, 15 segundos diante do pelotão, comandado pelo britânico
Daniel McLay (Arkéa-Samsic) e pelo venezuelano Leangel Linarez
(Miranda-Mortágua), respetivamente segundo e terceiro na tirada.
"Foi uma loucura. Sempre
me disseram que em Portugal se corria muito rápido, mas isto...", exclamou
o jovem da Caja Rural, ainda sem estar ciente daquilo que tinha acabado de
acontecer.
Resta saber quais serão as
consequências de uma jornada tão frenética na antessala da chegada ao ponto
mais alto de Portugal continental, onde está instalada uma contagem de montanha
de categoria especial, que coroa uma jornada curta, mas intensa de 148
quilómetros percorridos desde a Guarda.
Amaro Antunes vai enfrentar a
etapa decisiva da edição especial da Volta a Portugal com apenas 13 segundos de
vantagem para o segundo classificado, Frederico Figueiredo (Atum
General-Tavira-Maria Nova Hotel). Gustavo Veloso lidera o grupo dos 'outros',
na terceira posição, a 01.13 minutos, com os restantes candidatos situados
dentro do 'top 10' e com menos de dois minutos de diferença.
Fonte: Record on-line
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